HAVIA MUITO DINHEIRO NA MESA, MAS NENHUMA PRATA.
Quatro homens e uma mulher - bem, três homens, uma mulher e um garoto - se sentavam em volta da mesa de feltro verde e encaravam as suas cartas. A uns poucos metros de distância, o barman ignorava dedicadamente a conversa dos jogadores enquanto polia um balcão já cintilante. Uma fileira de garrafas e copos estava arranjada como estalagmites ma frente do espelho do bar, que, incidentalmente, refletia tanto as duas portas balançantes na entrada do saloon e o grande conjunto de janelas localizado nos seus dois lados. Haviam outras mesas, também arrumadas para jogos de cartas, mas vazias agora no calor da tarde. Na frente, os cavalos dos jogadores focinhavam um ao outro em esforços fúteis de dominar o cocho de água; no andar de cima, um cliente roncava através de uma ressaca.
As cadeiras eram de madeira e não combinavam: a maioria parecia ter sido liberada do vagão-restaurante de um trem, com estofamento vermelho desbotado e costas de madeira arranhada. Um candelabro pendurado no teto estava apagado, aguardando pacientemente pela noite.
Os jogadores de pôquer não notaram nada disso. O primeiro, um homem musculoso num uniforme desbotado da Cavalaria dos Estados Unidos, franzia a testa intensamente para a sua mão de cartas sebosas. De rosto queimado pelo sol, ele possuia um bigode vermelho caído, e um rosto enrugado o suficiente para servir como mapa em auto-relevo para as terras selvagens. Ele tinha sido o último a chegar, e os outros notaram que ele mancava visivelmente. Aquilo por si só era o suficiente para franzir testas e despertar especulações: era necessário um tipo bem especial de surra para aleijar permanentemente um de sua espécie. Porém, nenhum dos outros foi rude o bastante para perguntar sobre isso a ele; eles tinham certeza de que Jonas Moon, 15ª Cavalaria de Nova York (aposentado) - como ele havia se apresentado - contaria sua história em seu próprio tempo.
À direita de Moon estava sentada a única mulher do grupo, se abanando com suas cartas para abafar o calor do meio-dia. Ela tinha o porte físico e a graça de uma dançarina, mas suas mãos eram calejadas de trabalho duro. De cabelo e olhos pretos, mas de pele clara, ela havia sido a primeira dos cinco a aparecer; o resto entrou no recinto encontrando-a já sentada e bebericando um copo de cerveja. Aprende-os-Velhos-Costumes (ela disse que seus amigos humanos a chamavam de Janice) usava roupas de homem, camurça e couro que aparentavam ter passado por mais de um dono. Um tipo de amuleto indígena estava pendurado no seu pescoço, mas nenhum dos outros o reconheceu.
O garoto havia sido o dealer na última rodada, e ele deu as cartas como se tivesse trabalhado num saloon por anos. Porém, esse foi o fim de seu profissionalismo. Ele estava sentado, com os olhos cobertos por um chapéu vários números maior do que sua cabeça, e olhava demais para sua mão. Todas as suas roupas diziam uma coisa: veio do Leste. [OFF: saído da Costa Leste dos EUA para explorar o Velho Oeste, termo histórico] Elas eram novas demais, limpas demais, frescas demais para terem sido usadas por muito tempo na fronteira, e simplesmente não se ajustavam bem. Volta e meia ele mexia num botão ou errava um bolso de uma maneira que sugeria que ele não estava acostumado.
O garoto - na verdade, era como ele havia se apresentado, embora os outros tinham certeza de que ele queria que o "garoto" tivesse letra maiúscula - tinha armas, é claro. Armas brilhantes e novas em folha em coldres de couro tão novos que eles ainda rangeram como mobília velha quando o garoto se sentou. Quando o garoto entrou, Aprende-os-Velhos-Costumes apostou com seu vizinho do lado esquerdo que as armas nunca haviam sido usadas.
Os outros jogadores já haviam marcado o garoto como um péssimo blefador, e vendo suas tentativas de parecer indiferente, Moon já havia cedido. Assim como o homem com quem Janice havia feito a sua aposta, um sujeito esguio cujos colete, calças, botas, chapéu e luvas estava todos suspeitamente livres de poeira de trilha. Um homem pouco gentil teria chamado o sujeito de dândi. Um homem de olhos aguçados teria notado as marcas nos canos das armas do sujeito, e se segurado de dizer o insulto. Um bigode loiro caía para além de seus lábios, e seus olhos eram de um azul penetrante.
Durante as amenidades do jogo, ele havia deixado escapar (num sotaque arrastado de cavalheiro da Georgia) que ele se chamava Aaron Anda-com-Aço. Moon mais tarde havia resmungado que ele não queria saber com quem um sujeito andava, nenhum homem ou lobo nessa Terra de Gaia poda ser tão bom jogando cartas. Ouvindo isso, Aaron simplesmente deu um sorriso lupino e coletou os ganhos de mais uma mão. Magnanimamente, ele havia deixado cinco dólares na mesa para cobrir os pingos da próxima rodada. Na verdade, ele frequentemente fazia isso, mas uma vez que ele vencia quase todas as mãos, ele podia se dar ao luxo.
Continua...
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