Royal Ville - Cenário

“Eu vi quando tudo teve início, se é que o teve
Eu estava lá quando os Grandes Caçadores reinavam
E os humanos tremiam de medo
Observei a Queda de Atlantis
A Traição dos Filhos do Lobo
Assisti ao Nascimento dos Mortos
A ascensão dos Homens
Foi como um breve sonho
Rápido, passageiro
Presenciei sua Aurora
Seus melhores momentos
E também presenciarei seu fim.”


Flórida, 2015.

O litoral dos Estados Unidos abriga uma região conhecida como Royal Ville. Ele é formado por um conjunto de 7 cidades, nas quais a principal e maior de todas é Saint John, com seus 5 milhões de habitantes. Um número considerável.
Crescera de forma surpreendente nos últimos 100 anos, se destacando como um exemplo para todo o país. Tornou-se um ponto de negócios.
St John surgiu parcialmente planejada: destinada às elites, com bairros muito bem delimitados. Mas como toda cidade, conforme crescia, desenvolveu periferias e periferias das periferias, se tornando bem diferente do que o esperado inicialmente.

Há bairros formados por elites mais tradicionais, que habitavam desde a fundação da sociedade. Essas famílias conservadoras e antigas costumam ser apegadas aos velhos costumes e a serem mais preconceituosas do que se normalmente espera. Alguns bairros pendem ao Catolicismo, e outros ao Protestantismo. Costumam ser apoiadores do Partido Republicano. Por outro lado, há o surgimento dos “novos ricos”. Os últimos 30 anos testemunharam o emergir de algumas famílias com ares progressistas e inovadores, ainda que com dinheiro. Não costumam ser religiosos fervorosos, e até mesmo detém posições sociais para com os pobres. Majoritariamente apoiadores do Partido Democrata.

Não é raro esses membros da elite pertencerem a clubes e sociedades, algumas com viés religioso, místico ou simplesmente para se reunirem por lazer.
Bairros de classe média, média alta e média baixa se encontram espalhados por toda a cidade. Dependendo do nível, há mais ou menos segurança, mais ou menos policiamento. E o comércio pode ser mais barato ou mais caro. Não costumam ter muita diferença entre si, fora a renda, apesar que aqueles com mais dinheiro tendem a simpatizar com posições mais elitistas.

Nas regiões pobres, a violência tem um aumento considerável. Tanto por parte dos bandidos, quanto por parte da polícia. Tráfico de drogas e armas ocorrem, mas de forma disfarçada. Há várias casas de prostituição e botecos baratos. Comércios irregulares também não são raros.
As favelas são o extremo da pobreza. Muitas estão sob controle de pequenas gangues. Seu crescimento aumentou drasticamente após a crise de 2008 e o surgimento de milhares de sem tetos.
Há bairros étnicos também. Italianos, coreanos, japoneses, chineses, afroamericanos e islâmicos possuem suas regiões e guetos, normalmente pobres ou classe média baixa, e com presença, discreta ou não, de organizações criminosas, como a Máfia, ou mesmo gangues.
Por fim, há a periferia rural, onde se pode encontrar algumas casas de campo e cabanas.
O coração financeiro da cidade é uma região viva e movimentada, com empresários caminhando para lá e pra cá para realizar seus negócios.

As cidades ao redor de St John costumam ter uma média de 5 mil até 100 mil habitantes, com a exceção de Winter River, com seu 1 milhão de habitantes.
A vida não é fácil para ninguém, mas isso não impede de tentar seguir em frente, de sobreviver. E é assim que se leva a vida em Royal Ville.

Às vezes é melhor fazer isso do que se arriscar com algo perigoso, como ousar descobrir o que vive embaixo da cama ou dentro do armário. Ou quem puxa as cordas por trás da cortina.
Melhor uma vida entediante, do que olhar o que não deveria. Pois quando o faz, nunca mais é possível voltar atrás.
Nunca mais.