por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:22
O som de pássaros se mistura ao de muitos outros sons vindos do gigantesco jardim a frente da mansão da família Narninque. A brisa matutina passa como se tivesse dançando pelas flores umedecidas pelo orvalho. As folhas das arvores possuem uma cor meio avermelhada, meio alaranjada, com a brisa algumas folhas caem ao chão. A brisa continua o seu caminho levando cada som adentro da velha mansão como se anunciando o inicio de um dia excepcional.
A brisa invade o quarto afastando as cortinas. Um quarto com moveis rústicos tão belos é revelado por raios de sol que aos poucos invade o recinto. As cortinas abertas de dentro para fora da casa dão a visão de um incrível jardim que o tempo modelou em torno dessa antiga mansão. Dentro do quarto uma enorme cama e sobre ela um homem tão grande como um urso esta coberto da cintura para baixo apenas por um cobertor, ele dorme em sono profundo.
O silencio apenas é quebrado pelos passos de Elisabeth que sai do banheiro com uma expressão feliz que toma a sua face e ela mantém apertado firme em sua pequena mão um pequeno artefato de plástico e a sua outra mão suavemente acaricia a barriga lisa e maravilhosamente esculpida pelos aparelhos de ginástica. Há ternura e amor no brilho que habita os seus olhos de menina.
Ela para ao lado da cama por uns instantes nervosa sorrindo baixinho e olhando para o marido que dorme como uma pedra sobre a cama. A moça guarda o pequeno artefato plástico debaixo do travesseiro. Ela deita ao lado do marido calmamente e dorme encostado no seu peito. O homem instintivamente a abraça com um dos seus braços.
O homem sonha com dias passados e com seus últimos dias com a sua família. O seu velho avô. O seu avô pode ser definido como um homem de porte atlético e conservado para a sua idade, parecendo que o tempo foi generoso para com ele. Portador de uma aura que inspira confiança, respeito e até um pouco de medo. O Velho homem exaltado lhe dita os seus direitos e deveres que deve cumprir para com a família. Os dois discutem ferrenhamente em uma sala que reflete a magnitude de um salão da nobreza.
- Hector, você tem noção do que está me dizendo que deseja? Acho que não tem! Inúmeras vidas são defendidas por esta casa e seus representantes. Você sabe o que deve fazer. Com a morte do seu pai você herda a responsabilidade, o dever de manter o nosso nome, a tradição, a família a salvo.
Perturbado pela negação do seu neto em seguir o que lhe fora designado, o velho atinge a mesa de carvalho com um poderoso golpe do seu punho que faz Hector tremer por um instante. Aos pés de Hector as suas malas prontas para ganhar o mundo. Ele toma coragem e enfrenta o velho com palavras, o encarando face a face enquanto algumas outras pessoas ao redor da sala em silencio apenas observam imóveis.
- Você me fala sobre direitos, sobre deveres e sobre heranças de honra e poder, mas em algum momento me perguntou o que eu desejo? Casei e quero viver a minha vida de forma pacifica com minha esposa e se tudo der certo ter filhos. Uma vida normal... Não deixarei que a minha história seja escrita pelas suas mãos, mas sim pelas minhas mãos... O meu querer, a minha vida.
O jovem rapaz com um grande aperto no peito olha firme para o seu velho avô, que pouco teve contato, mas o tinha em consideração, pois este é o ultimo elo com os seu pai recém-falecido. Hector sabe que dentro daquele salão muitos desejam para si as heranças que o seu avô exige que ele tome para si. O que lhe diria o seu pai, o seu maior herói que lhe deu uma dádiva, a escolha.
- Hoje você não está preparado para nos assumir em sua vida, mas desculpe lhe decepcionar. Você não pode fugir do que você é! E você é um de nós, conviva com isso para todo o sempre. Querendo ou não a herança está no teu sangue e ela lhe cobrará no seu devido momento o seu dever para com o seu povo.
O velho segura em cima da mesa com uma de suas mãos um grande artefato embrulhado em uma manta vermelha e com a outra mão o homem aponta o dedo indicador para o seu neto. A decepção nos olhos do homem pode ser vista e claramente entendida por qualquer um ali presente. A triste lembrança de Ulrich em seus últimos momentos ainda está na mente de todos, embora haja um misto de alegria por tudo que Ulrich proporcionou aos seus companheiros e irmãos nesta vida.
- Hector, está bem. Eu sei que você é novo e tem muito para aprender. Eu te darei um tempo para você refletir sobre tudo que foi dito e tudo que tem que ser feito. Vá meu neto e espero que este teu tempo não seja longo, pois quanto mais tarde for. Pior serão os teus sacrifícios a serem feitos.
O velho abraça o rapaz com força, ternura e um triste sentimento que ele não sabia bem explica o que era, mas doía seu peito. O filho levado pela morte, o neto levado pelos caminhos diferentes que a vida lhe mostrava. Quanto mais um pai pode sofrer e perder sua família? Hector abraçado ao seu velho avô, ele observa a todos na grande sala. Alguns expressando em sua face um misto de felicidade, outros de raiva e alguns de desprezo.
Talvez fosse desses que Ulrich protegia seu filho. Um ninho de vermes que só almejam o poder para si. Talvez o certo fosse ficar ali e lutar pelos ‘’negócios’’ da família? Ou o certo é trilhar a sua própria estrada? Então surge uma dor crescer no seu peito, uma fúria em seu coração. Hector morde os seus próprios lábios e sente o gosto metálico percorrendo seus dentes. O gosto do sangue que ele engole a seco. Hector dá um passo para trás e aperta firme a mão do seu avô.
- Hector, vá, mas sempre estarei aqui garoto! A sua herança estará em minhas mãos até o dia do teu retorno!
O homem acorda com uma sensação ruim. Parece que foi ontem que aconteceu, ele mantém uma expressão seria por uns instantes ate perceber que esta sendo observado pela frágil mulher ao seu lado que sorri de forma perfeitamente encantadora. A jovem mulher pisca para o marido e passa a mão na face do homem que logo altera seu humor, respondendo ao sorriso da mulher com uma expressão amável e a puxando para o seu colo.
A mulher beija o marido e começa a contar toda feliz pela noticia de um herdeiro para o homem que há alguns anos lhe pede um filho. Quem disse que homem não chora? Pois o homem a abraça forte e se afasta em seguida pedindo desculpas e passando a mão na barriga da mesma, como se fosse o seu bem mais precioso. Uma barriga lisa que sequer tem um calo de volume. A mulher emocionada pelo momento não sabe se da risada da cena ou se chora de emoção.
A notícia de um herdeiro corre como o vento sem barreiras levando a noticia a todos da família e em algum lugar um velho sorri feliz, sempre haverá uma esperança para um velho tolo com o coração grande. ‘’dê tempo ao tempo e assim tudo vai se alinhar’’ esse foi o conselho de Joana, uma Garou que o velho tem em alta consideração.
Os meses passam rápido demais e cada dia o casal vive um conflito em cima do outro de complicações da gestação. Todos os médicos dizem que a criança vai nascer com problemas e que aquele é seu primeiro e último filho, pois a saúde dela está comprometida e a cada ida ao médico mil lagrimas e lamentações são feitas. Ela todos os dias pede para que aquela criança seja salva, que ela paga o preço que for pela vida de seu filho.
Dizem que são nos momentos de dificuldade que a família se reaproxima e que são nesses momentos que a maior e real força surge. ‘’A união não faz somente o açúcar, mas também nos mantém firmes e focados!’’ dizia Fábio um roedor de ossos que surgiu como um amigo improvável na hora mais difícil. Talvez porque em meio há tanta coisa acontecendo a família precisa de dar risadas para acalmar sua mente e espírito.
Mesmo sem o marido saber Elisabeth busca fontes de conhecimento em múltiplos lugares, pesquisa e corre para achar um modo de não perder seu bebê. Em meio há muitos caminhos e lugares ela conhece um homem que se mostra muito interessado no assunto e em ajudar. Desesperada ela não quer mais saber de consequências quais forem, portanto que seu bebê, nasça e tenha uma vida saudável.
Muitos rituais são feitos e muitas vezes ela pode sentir próximo à ela coisas que ela não pode ver, sussurros que ela não pode compreender e assim são os últimos 04 meses. Então chega o ultimo mês de gestação e Lisa resolve não mais esconder de Hector as suas saídas e seus feitos. Hector já a questionava preocupado sobre tudo. E já estranhando as suas atitudes, sua alimentação e tantas coisas mais.
Aquele doce ar de menina que Elisa possuía em seus olhos se transformou em um mistério de mulher vivida que sofreu bastante, agora sempre armada com palavras e ações prontas para serem liberadas. Hector escutava a mulher em prantos lhe contar sobre os meses que se seguiram e sobre tudo o que havia sido feito. Magias, rituais... Sobre o homem misterioso, tudo foi contado... Nada foi deixado de fora.
No estado de saúde grave da mulher, ela tem de ser medicada e acompanhada com cautela, mais dormindo do que acordada e quando acordada só deixando escapar de sua boca, palavras incoerentes, frases sem sentido. Um Theurge de confiança sugeriu que ela fosse tratada no caern e que lá a criança nascesse e assim foi feito.
A preocupação se forma e os dias a seguir são de tentar entender o que foi feito e o que se passou. Brigas e mais brigas se formaram e dedos foram apontados. Para que não houvesse falhas e que tudo ocorresse de modo seguro, afinal não se tinha noção do tal desconhecido. Raramente Hector saia do lado de sua esposa.
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