Fórum dos Presas de Prata

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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:05

    Nome: Noah Narninque
    Jogador: Noé
    Raça: Hominídeo
    Augúrio: Ahroun
    Tribo: Fianna
    Caern que faz parte:
    Personalidade: Sobrevivente
    Conceito: Estudante


    * Atributos

    Físicos
    Força 5
    Destreza 5 (Agilidade)
    Vigor 5


    Glabro
    Força (+2): 7
    Destreza: 5
    Vigor (+2): 7
    Crinos
    Força (+4): 9
    Destreza (+1): 6
    Vigor (+3): 8
    Hispo
    Força (+3): 8
    Destreza (+2): 7
    Vigor (+3): 8
    Lupus
    Força (+1): 6
    Destreza (+2): 7
    Vigor (+2): 7
    Sociais
    Carisma 1
    Manipulação 2
    Aparência 3


    Mentais
    Percepção 3
    Inteligência 2
    Raciocínio 3


    Habilidades

    Prontidao 2
    Esportes 1
    Briga 1
    Esquiva 4
    Empatia
    Expressao
    Intimidação
    Ins. Primitivo 2
    Manha
    Labia
    Luta Livre 4



    Perícias

    Emp. c Animais 1
    Oficios 1
    Condução
    Etiqueta
    Armas de Fogo
    Liderança
    Armas Brancas 1
    Performance
    Furtividade 3
    Sobrevivencia 2
    Duelo de Klaives 4 (+1 Nerigal)



    Conhecimentos


    Computador
    Enigmas
    Investigação 1
    Direito
    Linguística 1 (Gaélico / Inglês)
    Medicina
    Ocultismo 1
    Politica
    Rituais 2
    Ciência



    Vantagens

    Mentor Espiritual - 3 Pt's
    Marte Ascendente - 6 Pt's
    Excelencia em Batalha - 3 Pt's  / Nerigal  /
    Visão Aguçada - 1 Pt
    Audição Aguçada - 1 Pt
    Olfato Aguçado - 1 Pt
    Veterano - 2 Pt's
    Ambidestro - 2 Pt's
    Tamanho Gigante - 4 Pt's
    Destemido - 3 Pt's
    Imune as Emanações da Wyrm - 6 Pt's
    Insone - 2 Pt's


    Defeito

    Tabu - Nunca Abandonar um filhote: - 3 Pt's

    Antecedentes

    Herança Espiritual 5
    Tocado (Wyld) 5
    Ancestrais 5
    Raca Pura 5
    *    Fetiche 6
    *    Fetiche 2
    *    Fetiche 1
    Rede Espiritual 3
    Recursos 2
    Rituais 2
    Parentes 2
    Totem 2


    Dons - Nível 1 (Cliath)

    Macaco em Pé (Hominideo)
    Garras Afiadas (Ahroun)
    Salto do Salmão (Fianna)
    Comunicação C/ Espíritos



    Rituais - Nível 1

    Ritual de Dedicação ao Talismã
    Ritual de Purificação



    Cicatrizes de Batalha: Nenhuma





    Fúria: 9
    Temporário: 9

    Gnose: 8
    Temporário: 7

    Força de Vontade: 9
    Temporário: 9




    Glória: 2

    Temporários 0

    Honra: 1

    Temporários 0

    Sabedoria: 0

    Temporários: 0


    * Fraqueza Tribal:

    * Cargos na Seita: Nenhum

    Pertences Dedicados: Duas Camisetas, uma calça Jeans, um anel de ouro com simbolo da família e um cordão de ouro (Herança dos seus pais)

    Formas

    Homem 2;10 / 110 kg
    Glabro 2;35 / 180 kg
    Crinos 3;35 / 490 kg
    Hispo 1;90 / 490 kg
    Lobo 0;93 / 80 kg
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:22

    O som de pássaros se mistura ao de muitos outros sons vindos do gigantesco jardim a frente da mansão da família Narninque. A brisa matutina passa como se tivesse dançando pelas flores umedecidas pelo orvalho. As folhas das arvores possuem uma cor meio avermelhada, meio alaranjada, com a brisa algumas folhas caem ao chão. A brisa continua o seu caminho levando cada som adentro da velha mansão como se anunciando o inicio de um dia excepcional.

    A brisa invade o quarto afastando as cortinas. Um quarto com moveis rústicos tão belos é revelado por raios de sol que aos poucos invade o recinto. As cortinas abertas de dentro para fora da casa dão a visão de um incrível jardim que o tempo modelou em torno dessa antiga mansão. Dentro do quarto uma enorme cama e sobre ela um homem tão grande como um urso esta coberto da cintura para baixo apenas por um cobertor, ele dorme em sono profundo.

    O silencio apenas é quebrado pelos passos de Elisabeth que sai do banheiro com uma expressão feliz que toma a sua face e ela mantém apertado firme em sua pequena mão um pequeno artefato de plástico e a sua outra mão suavemente acaricia a barriga lisa e maravilhosamente esculpida pelos aparelhos de ginástica. Há ternura e amor no brilho que habita os seus olhos de menina.

    Ela para ao lado da cama por uns instantes nervosa sorrindo baixinho e olhando para o marido que dorme como uma pedra sobre a cama. A moça guarda o pequeno artefato plástico debaixo do travesseiro. Ela deita ao lado do marido calmamente e dorme encostado no seu peito. O homem instintivamente a abraça com um dos seus braços.

    O homem sonha com dias passados e com seus últimos dias com a sua família. O seu velho avô. O seu avô pode ser definido como um homem de porte atlético e conservado para a sua idade, parecendo que o tempo foi generoso para com ele. Portador de uma aura que inspira confiança, respeito e até um pouco de medo. O Velho homem exaltado lhe dita os seus direitos e deveres que deve cumprir para com a família. Os dois discutem ferrenhamente em uma sala que reflete a magnitude de um salão da nobreza.

    - Hector, você tem noção do que está me dizendo que deseja? Acho que não tem! Inúmeras vidas são defendidas por esta casa e seus representantes. Você sabe o que deve fazer. Com a morte do seu pai você herda a responsabilidade, o dever de manter o nosso nome, a tradição, a família a salvo.

    Perturbado pela negação do seu neto em seguir o que lhe fora designado, o velho atinge a mesa de carvalho com um poderoso golpe do seu punho que faz Hector tremer por um instante. Aos pés de Hector as suas malas prontas para ganhar o mundo. Ele toma coragem e enfrenta o velho com palavras, o encarando face a face enquanto algumas outras pessoas ao redor da sala em silencio apenas observam imóveis.

    - Você me fala sobre direitos, sobre deveres e sobre heranças de honra e poder, mas em algum momento me perguntou o que eu desejo? Casei e quero viver a minha vida de forma pacifica com minha esposa e se tudo der certo ter filhos. Uma vida normal... Não deixarei que a minha história seja escrita pelas suas mãos, mas sim pelas minhas mãos... O meu querer, a minha vida.

    O jovem rapaz com um grande aperto no peito olha firme para o seu velho avô, que pouco teve contato, mas o tinha em consideração, pois este é o ultimo elo com os seu pai recém-falecido. Hector sabe que dentro daquele salão muitos desejam para si as heranças que o seu avô exige que ele tome para si. O que lhe diria o seu pai, o seu maior herói que lhe deu uma dádiva, a escolha.

    - Hoje você não está preparado para nos assumir em sua vida, mas desculpe lhe decepcionar. Você não pode fugir do que você é! E você é um de nós, conviva com isso para todo o sempre. Querendo ou não a herança está no teu sangue e ela lhe cobrará no seu devido momento o seu dever para com o seu povo.

    O velho segura em cima da mesa com uma de suas mãos um grande artefato embrulhado em uma manta vermelha e com a outra mão o homem aponta o dedo indicador para o seu neto. A decepção nos olhos do homem pode ser vista e claramente entendida por qualquer um ali presente. A triste lembrança de Ulrich em seus últimos momentos ainda está na mente de todos, embora haja um misto de alegria por tudo que Ulrich proporcionou aos seus companheiros e irmãos nesta vida.


    - Hector, está bem. Eu sei que você é novo e tem muito para aprender. Eu te darei um tempo para você refletir sobre tudo que foi dito e tudo que tem que ser feito. Vá meu neto e espero que este teu tempo não seja longo, pois quanto mais tarde for. Pior serão os teus sacrifícios a serem feitos.

    O velho abraça o rapaz com força, ternura e um triste sentimento que ele não sabia bem explica o que era, mas doía seu peito. O filho levado pela morte, o neto levado pelos caminhos diferentes que a vida lhe mostrava. Quanto mais um pai pode sofrer e perder sua família? Hector abraçado ao seu velho avô, ele observa a todos na grande sala. Alguns expressando em sua face um misto de felicidade, outros de raiva e alguns de desprezo.

    Talvez fosse desses que Ulrich protegia seu filho. Um ninho de vermes que só almejam o poder para si. Talvez o certo fosse ficar ali e lutar pelos ‘’negócios’’ da família? Ou o certo é trilhar a sua própria estrada? Então surge uma dor crescer no seu peito, uma fúria em seu coração. Hector morde os seus próprios lábios e sente o gosto metálico percorrendo seus dentes. O gosto do sangue que ele engole a seco. Hector dá um passo para trás e aperta firme a mão do seu avô.

    - Hector, vá, mas sempre estarei aqui garoto! A sua herança estará em minhas mãos até o dia do teu retorno!

    O homem acorda com uma sensação ruim. Parece que foi ontem que aconteceu, ele mantém uma expressão seria por uns instantes ate perceber que esta sendo observado pela frágil mulher ao seu lado que sorri de forma perfeitamente encantadora. A jovem mulher pisca para o marido e passa a mão na face do homem que logo altera seu humor, respondendo ao sorriso da mulher com uma expressão amável e a puxando para o seu colo.

    A mulher beija o marido e começa a contar toda feliz pela noticia de um herdeiro para o homem que há alguns anos lhe pede um filho. Quem disse que homem não chora? Pois o homem a abraça forte e se afasta em seguida pedindo desculpas e passando a mão na barriga da mesma, como se fosse o seu bem mais precioso. Uma barriga lisa que sequer tem um calo de volume. A mulher emocionada pelo momento não sabe se da risada da cena ou se chora de emoção.

    A notícia de um herdeiro corre como o vento sem barreiras levando a noticia a todos da família e em algum lugar um velho sorri feliz, sempre haverá uma esperança para um velho tolo com o coração grande. ‘’dê tempo ao tempo e assim tudo vai se alinhar’’ esse foi o conselho de Joana, uma Garou que o velho tem em alta consideração.


    Os meses passam rápido demais e cada dia o casal vive um conflito em cima do outro de complicações da gestação. Todos os médicos dizem que a criança vai nascer com problemas e que aquele é seu primeiro e último filho, pois a saúde dela está comprometida e a cada ida ao médico mil lagrimas e lamentações são feitas. Ela todos os dias pede para que aquela criança seja salva, que ela paga o preço que for pela vida de seu filho.

    Dizem que são nos momentos de dificuldade que a família se reaproxima e que são nesses momentos que a maior e real força surge. ‘’A união não faz somente o açúcar, mas também nos mantém firmes e focados!’’ dizia Fábio um roedor de ossos que surgiu como um amigo improvável na hora mais difícil. Talvez porque em meio há tanta coisa acontecendo a família precisa de dar risadas para acalmar sua mente e espírito.

    Mesmo sem o marido saber Elisabeth busca fontes de conhecimento em múltiplos lugares, pesquisa e corre para achar um modo de não perder seu bebê. Em meio há muitos caminhos e lugares ela conhece um homem que se mostra muito interessado no assunto e em ajudar. Desesperada ela não quer mais saber de consequências quais forem, portanto que seu bebê, nasça e tenha uma vida saudável.

    Muitos rituais são feitos e muitas vezes ela pode sentir próximo à ela coisas que ela não pode ver, sussurros que ela não pode compreender e assim são os últimos 04 meses. Então chega o ultimo mês de gestação e Lisa resolve não mais esconder de Hector as suas saídas e seus feitos. Hector já a questionava preocupado sobre tudo. E já estranhando as suas atitudes, sua alimentação e tantas coisas mais.

    Aquele doce ar de menina que Elisa possuía em seus olhos se transformou em um mistério de mulher vivida que sofreu bastante, agora sempre armada com palavras e ações prontas para serem liberadas. Hector escutava a mulher em prantos lhe contar sobre os meses que se seguiram e sobre tudo o que havia sido feito. Magias, rituais... Sobre o homem misterioso, tudo foi contado... Nada foi deixado de fora.

    No estado de saúde grave da mulher, ela tem de ser medicada e acompanhada com cautela, mais dormindo do que acordada e quando acordada só deixando escapar de sua boca, palavras incoerentes, frases sem sentido. Um Theurge de confiança sugeriu que ela fosse tratada no caern e que lá a criança nascesse e assim foi feito.

    A preocupação se forma e os dias a seguir são de tentar entender o que foi feito e o que se passou. Brigas e mais brigas se formaram e dedos foram apontados. Para que não houvesse falhas e que tudo ocorresse de modo seguro, afinal não se tinha noção do tal desconhecido. Raramente Hector saia do lado de sua esposa.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:24

    O dia chegou trazendo um ar de felicidade a todos, a caçada tinha sido boa e haviam chegado ótimos barris de hidromel, todos podiam acalmar os seus corações por todos os males que estavam pairando pelo caern. A felicidade realmente contagia a todos. Dizem que antes de toda tempestade há o seu momento de calmaria que parece a paz reinar. Assim foi naquele dia de 04 de Setembro. A luz de hélios vai aos poucos indo embora daqueles campos e a noite começa lentamente a cobrir com o seu manto tudo que há pela terra.

    O som da musica pode ser ouvido bem distante e eles acendem uma fogueira. O clima tem uma brisa suave que traz alivio. As danças se formam e os barris de vinho começam a esvaziar. A lua cheia no céu abençoa a todos. Hector deixa a sua esposa acamada e vai pegar algo para comer e beber, afinal o que poderia haver de ruim nisso. O seu corpo precisa de algo para o manter aquecido e seu coração precisa de algo para dar animo e umas boas risadas vêm bem a calhar.

    A brisa se transforma em um furacão invisível que ninguém nota até que o estrago já tenha sido feito. Ao retorno de Hector para o quarto onde repousa Elisa, ele entra no quarto e ele está vazio. Desesperado ele procura em toda a casa chamando pela mulher, logo outros vem ao seu apoio ajudando o homem a procurar a esposa sumida. O caos está formado e instalado para todos.

    Em outro lugar longe dali Elisa anda nua por um caminho de arvores e muitos espíritos de animais acompanham cada passo da mulher andando com dificuldade por este caminho que a luz de Luna clareia. Ela termina sua caminhada entrando em um lago sentindo que naquele momento o seu filho vai nascer. Ela chora porque aquela é a realização de sua vida.

    Os muitos espíritos de animais ficam em volta do lago presenciando, sendo testemunhas daquele momento e aos poucos uma imagem em meio às folhas que voam com o vento se moldam num formato humanoide. A voz não se forma, mas em sua mente ela pode escutar tudo o que é dito pelo ser que está a sua frente.

    - Você disse ao seu parceiro?

    Elisabeth, decidida ao que tinha que ser feito ela fala com palavras firmes, decidida ao que lhe trouxe ate aquele lugar. Cada espírito ali analisa a mulher que tinha sua vida curta tomada pelo local, pois seu corpo só ainda resistia por auxilio do espírito maior a frente.

    - Somente meu filho importa no momento! Ele decidira o mesmo que eu. Eu tenho certeza!

    Então naquele momento uma grande quantia de energia é liberada e a mulher é tocada na barriga pelo ser. As últimas palavras da mulher são para que cuide da criança, pois o pagamento vai ser dado com prazer. Com a enorme quantia de energia liberada alguns Garous juntamente de Hector. Eles conseguem chegar naquele local a tempo de ouvir aquela conversa e mesmo correndo em direção a mulher não chegou a tempo. Quando Hector salta no lago para pegar a esposa que perde as suas ultimas forças ele a toma nos seus braços e não há palavras, apenas troca de olhares que parecem uma eternidade.

    Do lago surge um bebe saindo das águas seu corpo doente e franzino é tocado pelo espírito e é como se tudo fosse curado, todos os males se vão deixando apenas um bebê saudável e bonito. O avô de Hector segura o bebê, retirando-o do lago e continua a observar. Coisas são faladas pelos outros, pelos theurges que tomam medidas, que falam e outros que apenas observam sem entender.

    O lago tem uma energia forte e de propriedades desconhecidas de magia. Por mais que ele queira manter a mulher em seus braços ela é engolida pelo lago. Hector sem forças para lutar apenas assiste impotente a razão de sua vida o abandonar. O fio de esperanças que a vida come quando você só precisa daquilo para viver. Do lado de fora do lago o avô de Hector ordena que ele saia dali de onde está, mas são apenas palavras jogadas ao vento sem força.

    Hector olha para todos ali e caminha até próximo o avô e olha para o seu filho tão querido e precioso que por um bom tempo duvidou que pudesse ser real aquele momento. O homem emocionado beija a testa do bebe e o segura em seu colo o dando um abraço naquele serzinho. Ele olha nos olhos do avô e diz com lagrimas que se põem a debulhar de seus olhos.

    - Piores são os sacrifícios a serem feitos. Você tem razão meu avô, sempre teve. Eu não fui digno de honrar a herança dos meus ancestrais, mas faça dele seu pupilo, seu aprendiz e o torne um homem, um Garou de honra!

    Hector olha mais uma vez para os olhos do seu filho, Um olho cinza claro e o outro olho verde claro ele diz em pensamentos. – Perdão meu filho! Espero que um dia você entenda. Após uns segundos ele entrega o bebê ao seu avô e salta sobre o lago nadando até o meio dele, a cada segundo ali dentro que parece levar para outros lugares. No meio do lago ele diz.

    - Por favor, não me entenda errado, mas este é o caminho que devo trilhar, é ao lado de Elisa o meu lugar.

    Não há o que fazer, pedidos são feitos e não são atendidos, somente se vê o homem mergulhando no lago e sumindo a energia e todo aquele local sofre um clarão não deixando mais vestígios do que ocorrera ali. Aquele momento fica marcado na lembrança dos ali presentes. Naquele dia não só se teve a perda de um neto e a sua mulher. Os acontecimentos serão para sempre eternizados na história.

    Muitos dias, meses e anos se passam desde o dia da morte de Hector e Elisa. Um menino com traços diferentes foi retirado de dentro da umbra e no mundo físico um menino normal foi criado dia após dia aos costumes, as diretrizes do velho mundo dos Garous. Alguns aceitando o jovem herdeiro da família com grande apreço e muitos outros também esperando o passo em falso que eles acreditam que ele vá dar e falhar com os seus antepassados e sua família.

    Dizem que um homem somente se torna completo quanto toma para si as responsabilidades, as consequências de todos os seus atos, mas e quando ele toma também a responsabilidade dos atos de outros e de outros tempos? Pessoas que ele sequer viu uma única vez, mas que aprendeu a respeita-los e admira-los pelos heróis que eles foram outrora, mas este não foi um caminho do dia para a noite. Ele não simplesmente abaixou a cabeça e disse ‘eu aceito’’. É necessário viver e aprender para compreender.

    Fardo pesado é o de um Garou que nasce da união de dois Garous, um impuro. É como se á todo momento ele pagasse por um crime dos seus pais, não importa onde seja e quando seja para todo o sempre ele pagará por algo que não foi seu erro. Os seres vivos são muitas vezes mais cruéis do que se imagina. O pensamento que muitas vezes passa pela cabeça do jovem rapaz são as palavras do seu avô ‘’As regras são antigas e foram feitas para fazer da nossa sociedade um lugar melhor. Caso você acredite que elas não são boas o bastante pegue você cresça e se torne forte o bastante para poder liderar e fazer um amanha com regras mais dignas ou morra lutando por elas’’ é um pensamento que Noah decidiu tornar real.

    Falar dos impuros é algo complexo e meio triste quando se para pra pensar sobre o sofrimento que eles passam, mas também quando se olha para aqueles que nasceram com a linhagem pura de antepassados que fazem parte da historia da nação Garou, você não vê tanta beleza e amores. Tudo é uma grande escola onde aqueles ‘’puros’’ devem ser moldados no calor da batalha e possuir coração de leão, olhos de águia e o olfato de um lobo... Um contador de historias dizia algumas vezes enquanto fascinava a todos com os seus contos o seguinte que pode traduzir melhor isso. ‘’um grande guerreiro com chama nos olhos e sangue nos dentes’’
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    Noah Narninque - PC Empty Re: Noah Narninque - PC

    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:26

    Se você descende da linhagem de heróis do passado ouvirá muitas vezes ‘’seja bem vindo, tome minha bebida, coma minha comida e deite na melhor e macia cama’’ mas não espere que haja só gentilezas, pois no momento oportuno você é o que é mais cobrado e cada erro tolo seu há de expressar a vergonha de toda uma linhagem que deve ser honrada e preservada. Então logo na infância esses ‘’jovens heróis modernos’’ devem aprender valores que muitas vezes está perdido mesmo para os adultos ao seu redor.

    Os dias se passam e de um jovem menino vai sendo moldado um guerreiro que começa a mostrar particularidades do seu augúrio. O sangue quente em suas veias que ferve com palavras ou ações e então começa um treinamento que as historias não contam. As historias de como deve ser acalmado um coração de um ‘’jovem herói’’ ou como controlar a sua fúria. Cada passagem que acontece é útil, pois ensina ao rapaz humildade, honra, lealdade e como obter honra e gloria de uma forma digna.

    Dia após dia um ponto é acrescentado no conto do jovem Noah, que é forjado no coração da grande fazenda naquele canto da Irlanda. Aquele garoto de dias atrás, hoje se torna um adolescente com dúvidas maiores e questionamentos ainda piores, mas ainda assim um rapaz que contem um grande coração bom e justo. O único questionamento que se tem é sobre escolhas passadas e o medo de que erros se repitam, mas às vezes garotos precisam ser só garotos e brincar.

    Agora adolescente o rapaz compreende melhor o que muitas vezes seu velho avô lhe dizia, ‘’Aprenda a ouvir mais e falar menos, temos dois ouvidos e apenas uma boca. Aprenda a usar bem o dom da palavra.’’ Neste tempo que se passou o rapaz viu por inúmeras vezes seu avô ser desafiado e homens e mulheres tentarem tomar seu lugar, mas como um líder forte ele se manteve firme em sua posição. O rapaz aprendeu a ter orgulho do seu sangue. ‘’O velho realmente é durão’’ ele dizia pra si mesmo.

    O velho se tornou o seu mentor, seu pai e também um grande amigo e de vez em quando também meu avô. Respeito... Há muito disso dentro destes anos que se passaram. Às vezes deitado olhando as estrelas lá no céu, o rapaz se questionava sobre toda essa historia de Garou. Perguntando-se como seria se o seu pai e mãe estivessem vivos e cuidassem dele. O velho sempre dizia ao menino.

    - Observe as estrelas no céu rapaz, cada uma dessas estrelas é um herói que um dia viveu aqui na terra e por ter desempenhado um papel grandioso eles ganharam a honra de transcender a carne e poder nos observar e ensinar se assim preciso for. Em algum lugar todos eles nos observam e torcem pelo nosso sucesso nos ensinando a vencer os desafios da vida mesmo que com suas historias passadas.

    O rapaz aprende rápido com os melhores, como preparar o seu corpo e mente para as intermináveis batalhas que a vida de um Garou leva a ter, mas por mais que ele aprenda rápido e cresça dentro da sociedade nos ensinamentos passados para ele sempre lhe veem em mente a questão como seria fora da daqueles campos da Irlanda. A escola lhe abria um grande leque de opções que ele podia ter muitos futuros diferentes, mas então ele sempre se pergunta sobre o que seria de seu avô que já não está tão novo. Ainda há muito a ser corrido e há muito que viver.

    Há muitas fases que um adolescente passa e a rebeldia de um adolescente é algo muito complicado são as influencias de seus amigos. Um adolescente necessita de muito mais do que aqueles ensinamentos toscos, sobre guerras secretas e inimigos ocultos na escuridão. Há mulheres, música, sexo, danças e todo um conjunto que te torna melhor. A ilha sempre surpreende quando se menos espera, conheci mulheres e mais mulheres e o rapaz aprendeu rápido sobre amor, decepção e sexo. Um ciclo vicioso muitas vezes.

    Algumas vezes o jovem menino escapulia dos seus trabalhos e acabava deitado no campo observando as estrelas e ali ele se perdia em pensamentos por caminhos e atalhos que a sua mente criava e destruía. Fagulhas de pensamentos que saltam de sua mente criativa lhe empurrando para grandes arvores e seus frutos dourados de ilhas escondidas no meio do oceano até seus pais em um piquenique até ser despertado de seus pensamentos por puxões na orelha até quase o ponto de ser arrancada e palavras ao pé do ouvido sendo ditas enquanto caminhavam para a residência.

    - O trabalho dignifica e honra um homem...

    E toda uma chateação sem sentido sobre como o trabalho transforma um homem... Só se for a transformação em escravo pensa o rapaz torcendo o nariz e cortando a pilha de madeira. O dia se foi e um novo teve inicio, um dia realmente cansativo e de muito trabalho acumulado. No final do dia assim que a luz do sol vai sumindo manchando o céu de vermelho e o manto noturno cobrindo a terra. Uma pilha de madeira foi cortada e o rapaz ouve uns sons vindos de dentro da casa, próximo ao grande pátio.

    O rapaz seca seu suor e caminha para a casa ao chega observa um aglomerado de pessoas ele passa por entre uma e outra buscando uma visão privilegiada do que acontece e ao alcançar essa posição enfim ele vê. O velho duelando com um homem novo e forte. O duelo é preocupante, pois se vê que o seu avô não é mais tão forte e habilidoso como antes, não só talento e experiência podem lhe manter o posto de líder. Cada golpe desferido ali é observado e analisado por todos que se mantêm imóveis.

    O rapaz novo zomba do jeito de lutar do ancião e lhe abre brechas propositais, como se aquilo fosse necessário. Noah assiste quieto até o ponto de ver o velho sangrar e por momentos cambalear, nervoso e aflito pelo seu avô ele começa a torcer em bom tom de voz, alto e claro. Cerrando os punhos e furioso com o coração acelerado ele faz o velho despertar algo dentro de si.

    - Não vacila velho, nós dependemos de você. Você faz melhor! Anda...

    Leva algo mais de 1 hora a batalha, o desafiante subestimou as forças do velho e levou a pior. Este teve de ir embora com o rabo entre as pernas poupado pelo líder que sorria para todos bebendo um longo gole de uma só vez de seu melhor vinho enquanto ele é mantido em pé em festejo com todos. Os festejos não demoram mais do que alguns minutos de comemoração e alguns amigos o carregam para obter cuidados médicos. As pessoas dizem não ser nada, como sempre diziam duelo após duelo, mas dessa vez havia algo diferente. O rapaz podia sentir que daquele dia em diante muita coisa mudaria. Os seus olhos que eram a personificação da vida, brilharam com menor intensidade naquele dia.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:30

    A noite foi longa e quase Noah não dorme, enfim amanhece e o adolescente consegue passar e entrar no quarto do velho. Assim que ele entra ele tem a primeira visão do seu avô. Ele está coberto da cintura para baixo com um cobertor e algumas faixas pelo seu tórax e umas manchas roxas no rosto. É afinal ele saiu vitorioso, mas saiu também amassado como um carro velho que bate contra um poste. O jovem rapaz senta na cama ao lado do seu avô e olhando para a janela ele fica apenas tentando pensar em alguma coisa, mas não lhe vem nada a mente.

    Logo passado algum tempo o menino tem o seu braço apertado de leve pela mão calejada do seu velho avô. O garoto não tem uma reação de pensar, ele somente abraça o velho que sem reação é abraçado e fecha os olhos sentindo suas energias renovadas pelo sentimento caloroso. Alguns segundos se passam e ele geme de dor, afinal o sentimento caloroso não cura costelas quebradas. O garoto entende o recado e os dois riem da situação e em seguida o silencio se faz.

    O garoto levanta da cama e caminha ate a janela em silencio pensando no que ira falar para amenizar um pouco a dor daquele que é a sua família. Ele abre a boca para falar, mas antes que pudesse falar algo ele é interrompido e o velho fala baixo e com dificuldade. Ainda muito ferido do duelo que teve na noite anterior. Noah vira ficando de frente para o velho homem, escutando o mesmo em silencio.

    - A partir de hoje, teremos que ter muito cuidado, pois eu não sou mais o mesmo. Somente após lutar contra alguém tão novo eu pude compreender que é chegado o momento do meu descanso.

    Então ali dentro daquele quarto os dois conversam. O velho ensina ao seu neto coisas que antes ele julgava desnecessário para uma criança saber. O adolescente ouvia cada palavra com pesar no seu coração, contos sobre um pai não tão corajoso, sobre uma mãe não tão sã, mas de dois pais que o amaram acima de tudo, de dois seres que deram as suas vidas para que a dele existisse. Neste dia Noah aprendeu que os heróis do passado possuem um ponto fraco assim como ele imaginara que fosse e não aquele ser inabalável que desenhavam para ele, mas seria essa verdade a que queria escutar? Às vezes heróis precisam ser inabaláveis.

    O velho afasta uns tacos do chão e tira umas pedras e depois mais umas pedras e de dentro de um buraco há uma espada que ele retira cautelosamente. Uma bela espada, grande prateada, reluzente com adornos em ouro e marfim. Um brilho além do natural, que prende tua atenção que te busca a tocar e experimentar. É como você que sempre viu heróis lutarem com armas e você tem a oportunidade de brincar com uma. Noah dá uma curta risada contida do pensamento que rapidamente lhe veio a mente e direciona mão para a espada, só é impedido por um tapa que finaliza seu sorriso silencioso e o faz olhar para o velho.

    - Não é um brinquedo para você achar lindo e mágico, mas sim algo grandioso que você deve respeitar, proteger e acima de tudo honrar.

    Noah, que olhava se perguntando o porquê da tapa muda a sua expressão para um sorriso meio incrédulo como se achasse que aquilo era uma brincadeira, então o adolescente observa expressão séria do seu avô que lhe dizia que não era brincadeira. O menino murcha sua expressão de incredulidade para as palavras do velho, talvez fosse algum enigma que ele jamais iria compreender. Ele pensa consigo mesmo ‘’Muito complexo esse enigma ou então os golpes na cabeça dele foram fortes!’’ ele quase sorri da ideia, mas então ele levou um tapa por tentar tocar na espada imagina se fosse dizer o que pensou.

    O velho vai até a janela, com a espada semi embrulhada em suas duas mãos, ele observa o campo do lado de fora da casa e fecha os olhos sentindo uma brisa que é revigorante. O sol forte que banha o campo com os seus raios majestosos e o canto dos pássaros que trás uma sensação de bem estar e prazer. O homem se não estivesse tão quebrado pelo duelo da noite anterior estaria com suas forças revigoradas.

    - Um dia os nossos ancestrais chegaram aqui e tudo era nada além de mato, pedras e arvores. Uma terra que não foi tão barata, mas juntos todos eles compraram este lugar e puderam enfim encontrar um lar que eles construíram e fizeram dele um lugar melhor.

    Os olhos do velho expressam grande amor e respeito pela historia que se passou e isso é passado para o rapaz que atento observa, escuta e compreende o que o idoso lhe diz. O homem cansado pelo excesso de esforço que teve com o seu corpo ele se senta a cama e deixa deitado no seu colo aquele precioso artefato. Que parece conter parte da historia do seu povo.

    - Nem sempre foi tão fácil. Um dia no passado distante os invasores lutavam com força total contra nós e também haviam outros problemas que compramos para nós para honrar nossas alianças. Eram dias tumultuados e estas terras eram repletas de encanto e magia, não destas que você vê no circo ou que os humanos enganam os seus filhos. Uma magia única e verdadeira.

    O homem deixa a espada em cima da mesa ao lado da sua cama e com o auxilio do seu neto ele deita na cama. O homem demora um pouco respirando fundo e o rapaz senta na cadeira ao lado da cama escutando o seu avô lhe contar, lhe transmitir o que seus antepassados passaram para ele também.

    - Naqueles dias era exigido muito mais que força, sangue, honra e glória... Era necessário um milagre. Niall Noígíallach era na época o líder e com punhos de aço ele conduzia o nosso povo. Para vencer a tormenta feroz que nos abatia este herói do nosso passado conduziu uma viagem pela umbra por reinos que somente um guardião poderoso de nosso povo poderia conduzir.

    O velho para por mais um tempo, tomando fôlego para continuar a historia e corre os seus olhos da espada para os olhos do menino. Um homem estava sendo formado ali a sua frente, mas para ele desde o primeiro momento que este fora deixado em seus braços, ele seria para sempre um menino, o seu bisneto que foi criado como seu próprio filho.

    - No calor da batalha, no coração da própria deusa Luna, Niall então forjou com o auxilio de espíritos de Luna e um avatar da wyld uma lâmina construída e banhada pela prata da lua. Naquele dia Niall fez uma escolha grandiosa que não poderia jamais voltar atrás pagando um alto preço para os espíritos naquele momento ele se tornou a prova viva do que é um Garou. Carne e espírito fundidos em um só ser interagindo totalmente.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:32

    O idoso passa as suas próprias mãos pelo seu braço como se estivesse imaginando o que acontecera ao herói daqueles dias passados, ao seu ancestral e então ele olha para o menino para seus braços, rosto e por fim ele segura os braços do menino de forma firme e olhando nos fixamente nos olhos do menino ele volta a falar.

    - Os espíritos ali presentes junto de Niall convenceram um espírito da guerra a se unir nessa batalha contra a wyrm e tudo o que era honrado e digno que estava em questão. A rainha da tempestade Fianna, vinda diretamente do lar ancestral dos nossos antepassados. Brenna, aquela que um dia também liderou nosso povo.

    O homem solta o neto e o acaricia a face. O rapaz olha, escuta, e apenas se pergunta onde toda essa historia o levaria. O velho volta a olhar para a espada com um sorriso daqueles que você pode traduzir como orgulho, esperança e não se pode simplesmente traduzir com palavras, afinal um brilho nos olhos dizem muito mais que mil palavras. O idoso encosta-se a cama e fecha os olhos por uns segundos e abrindo-os ele volta a falar.

    - Niall lutou daquele dia em diante na defesa de nosso povo, na defesa da Irlanda e também lutou bravamente contra a wyrm. Desde que voltou daquele reino lunar, Niall mudou. Sim, ele se tornou ainda melhor do que já era, mas se tornou algo diferente. Dentro da umbra todos podiam ver a mudança, os espíritos o seguiam não como ameaça, mas com curiosidade, como se ele fosse parte deles. Qual o preço que Niall pagou naquele dia?

    O idoso olha curioso para o jovem a sua frente o analisando ou se questionando por possibilidades. Qual a possibilidade que poderia haver ele abre a boca para falar algo, mas no meio deste próprio pensamento ele desiste e fica serio por mais um tempo, somente então ele sorri e pegando a grande arma na mesa ao seu lado ele volta a falar olhando fixamente para a mesma.

    - Ser um herói é maravilhoso, mas não é para qualquer um, mesmo a morte não pode parar a força que a sua vida produziu. O eco da sua glória se espalha pela eternidade e seus pensamentos e ações são solidificados pela nova geração que vai o seguir. O julgamento da Criadora, assim ela foi batizada.

    Em algum canto dentro do rapaz que ouvia tudo atento, aquele nome lhe parece familiar. É como quem escuta o nome de alguém conhecido, mas não sabe bem explicar. O peito dele parecia explodir de orgulho e ele sequer percebeu quando levantou da cadeira de onde estava e a segurou em suas mãos e apontou para o campo pela janela. Nesse momento lhe vem uma imagem a mente, uma fogueira, mulheres lindas dançando e rapazes bebendo e curtindo a brincadeira, é possível se ver outras mais imagens em sua mente, mas tudo confuso e sem sentido.

    Seu avô olhando para ele nada faz se não observar e volta a falar com o seu neto. Este é o primeiro contato do menino com a espada que lhe foi deixada de herança e este é um questionamento que já há um tempo, entre alguns da família. Afinal de contas um artefato de tão grande poder nas mãos de um menino que começa a vida agora é complicado, mas ao observar o neto ali manuseando o ‘’Julgamento da Criadora’’ tudo parece fazer sentindo.

    - Eu realmente espero estar certo e que você vá ser a pessoa que você deve ser. Não a imagem do que eu desejo, mas sim aquele que o nosso povo poderá contar e confiar quando o momento certo chegar. A partir de hoje ela é sua, use-o com sabedoria, proteja-o com a sua própria vida.

    As palavras do homem não são lançadas ao vento, mas quase se perdem para o rapaz que viaja para outro lugar, sem domínio do seu corpo ou de qualquer coisa. Tudo ao seu redor some, o seu avô, a cama, o quarto até mesmo aquele velho cottage que ele conhece desde que nasceu. A voz do seu avô apenas se perde em meio ao novo cenário que se cria a sua frente e tudo deixa de importar, fazendo-o viver aquele momento, aquela situação.

    Distante deste cenário, ruínas de uma cidade que deveria ser símbolo da modernidade, da evolução dos homens. Neste cenário encontram-se bestas que um dia já foram grandes homens. Hoje as sombras de suas conquistas choram o amargo pesar de ter perdido a glória e a honra através do sangue dos inocentes que fora derramado. Hoje vivem não mais como homens, mas como demônios bestiais que se alimentam apenas de sentimentos que enfraquecem os humanos. Alguns deles acordados observam o seu jovem refém jogado num canto daquele porão podre e fétido com carcaças de animais de dias atrás.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:34

    Na total escuridão, há ruídos por todos os lados. Sons de pequenos roedores que se banqueteiam com os restos de um animal que mal morreu e já virou motivo de conquistas territoriais da pequena escória. Sentado no chão está um jovem menino, de olhos fechados ele escuta o som dos roedores devorando aqueles que não foram fortes o suficiente para sobreviver. Há tanta dor e sofrimento que ele não se lembra da ultima vez que a sua face fora acariciada.

    O menino tem lágrimas descendo pelos seus olhos, como um pequeno riacho que desenha seu caminho em uma floresta que acaba de surgir. Dentre os seus lábios pálidos e machucados ele repete por seguidas vezes palavras que tomou para si, palavras que lhe foram ensinadas. Verdade e mentira se fundem se tornando parte de um grande conto de um final nada feliz. Afinal será esse o final?

    - Fracos... Todos eles são fracos, como um poderoso deus você deve se erguer das sombras e se levantar contra os seus oponentes e conquistar a todos... Humanos... Fracos... Todos eles são fracos... Como um deus você deve ser. Eu preciso ser um deus!

    No breu daquele porão ouvem-se somente roedores guinchando, fugindo do seu predador. O menino cede aos seus instintos mais primitivos, se deixando guiar pela fome. Ele se liberta de parte da sua inocência dando inicio a selvageria que os dias atuais exigem para ele. Somente sobrevive aquele que se desgarra de seus medos e fraquezas. Ele abre os seus olhos e pela primeira vez ele vê o mundo com os olhos de uma fera bestial... O sangue do rato escorre pela sua boca e ele solta um grito de dor, de tristeza, de lamento... De vitória sobre a morte.

    De joelhos no chão, ferido e tendo seu sangue misturado ao sangue dos ratos que ele próprio consumiu. O brilho inocente nos olhos do menino vai-se com os dias que ele passa ali naquele frio porão. Não há inocência. É matar ou morrer. As lágrimas secaram e os seus lábios só umedeceram e beberam do sangue dos seus inimigos... Os observadores satisfeitos com o seu projeto, gargalham e bebendo, dançando eles comemoram o seu sucesso.

    Tão estridente é a gargalhada que Noah, aperta firme a empunhadura da espada e em gaélico ele amaldiçoa aqueles malditos seres que fazem isso com um inocente. O velho apenas se mantém distante observando tudo o que é feito pelo seu jovem aprendiz. Alguns outros entram pelo quarto e o velho manda-os ficar em silencio. Noah, olhando para a espada ele se vê no reflexo e dando um passo para frente ele não esta mais no quarto, não naquele quarto do seu avô. Ele não está mais naquelas terras humanas.

    Em algum lugar que o rapaz não tem noção, se vê de longe vivenciando aquelas experiências que não são suas, mas que ele vive com tanta intensidade que lhe confunde. O silencio intenso parece não ter fim até o momento ele é quebrado por um som de chuva que parece cair intensamente contra a terra, trazendo o odor de terra molhada até o homem que observa do alto de uma pedra um acampamento de homens bestiais tocados pela magia insana da escuridão.

    Há dias este homem procura pelo filhote perdido. Todos os demais desistiram por procurar o pequeno, achavam que este a estava morto, mas hoje o menino foi agraciado com a benção de Gaya. Infelizmente já sozinho e sem ter como pedir ajuda aos seus companheiros de alcateia o homem oculto no silencio da noite observa as fraquezas dos seus inimigos que gargalham e dançam. Oito contra apenas um, o homem treme de nervoso e excitação, temerário, meio burro e com sangue na boca e fogo nos olhos para destruir os seus adversários. Ele sussurra para si mesmo esperando ser escutado pelos seus ancestrais e por qualquer ajuda.

    - Talvez hoje seja o dia que eu vá me juntar a vocês e talvez conte também um dia o conto de Niall, aquele que não tolera perder mais um dos seus para o inimigo. Eu sempre cumpro a minha palavra e por mais burrice que seja eu peço a vocês meus antepassados. Ajudem-me a salvar essa criança, mesmo que para isso eu tenha que pagar um preço alto. Wyld e também meus companheiros espíritos. Hoje eu estou sem os companheiros irmãos de alcateia Garous, mas hoje eu lhes peço. Sejam vocês meus companheiros hoje!

    Niall sorri silenciosamente e foca seus olhos nos inimigos, ele caminha pela pedra e solta um uivo de guerra, um uivo tão forte quando um trovão e em posse de sua klayve ele salta na direção dos seus inimigos como um guerreiro temerário que não teme nada e nem ninguém. Ao seu lado os seus ancestrais parecem lhe guiar, espíritos, homem, força, vontade e fé. Tudo isso se funde formando um único ser com uma única vontade proteger o futuro da sua tribo.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:36

    Aquela noite não tem fim como os gritos de dor e sofrimento, a batalha toma grandes proporções e muitos são os danos causados ao herói. Quando é a hora que você aceita a sua derrota? Quando o seus braços a não podiam ser levantados ele deu cabeçada, quando ele pode ele mordeu, tudo vira arma e tudo se domina numa batalha. Então no dia seguinte três malditos covardes fugiram, talvez temessem o seu fim, mas mais um pouco e o fim seria o de Niall.

    Enfim o imenso lobo em sua forma de batalha vai dando fim a sua forma de guerra e se transforma em humano. Os seus braços sangrando ele arrasta os seus pés até onde o menino está e em meio a escuridão ele observa o menino acuado na escuridão repetindo coisas sem sentindo para uma criança. A Klayve em seu poder se funde misticamente a sua tatuagem em seu antebraço. O homem sem forças estende o braço que consegue levantar com dificuldade e então diz a criança tentando transmitir alguma confiança ao filhote.

    - Olá rapaz, eu me chamo Niall, sou amigo e estou aqui para lhe salvar. Não tenha medo... Venha!

    Os contos dos bardos nunca dizem como salvar uma criança ou uma mulher, dizem seus contos de encanto e que fazem o sangue borbulhar em fúria ou acalmar em sentimentos de ternura, amor e essas coisas toda de romance. A história é bem diferente da realidade que se vivencia. O garoto vê ali uma chance de fugir e ganhar sua liberdade contra aquele moribundo e parte para cima do homem com restos de ossos da carcaça em suas mãos a intenção é assassina, embora ele não tivesse o treinamento de como o fazer.

    O menino urra como uma besta selvagem ferindo o rosto do seu salvador, feridas que se tornam profundas junto das outras recentemente conquistadas. O homem sem defesa geme de dor e se mantém firme para não cair. Niall apenas abraça o menino com o pouco de força que lhe resta, quase que paternalmente e diz para o menino ao se afastar um passo para trás ele segura o menino pelos braços que ainda mantém em suas mãos os ossos que usou como arma. Olhando nos olhos do menino ele apenas faz o que o seu corpo manda e o que ele sente.

    - Não tenha medo. Esta tudo bem. Eu vou te salvar!

    Niall tem lágrimas escorrendo pela sua face, lágrimas que se misturam ao sangue, suor e a chuva que cai sem parar. O menino tremendo instintivamente abraça o sujeito, mesmo que fosse mais uma trapaça daqueles malditos, mesmo que fosse um teatro para quebrar o seu coração, mesmo assim ele precisa daquele momento, mesmo que fosse para ele perder depois. O sangue do guerreiro cai no chão e aquilo só o recorda que eles não têm tempo sobrando. Então o homem olha nos olhos do menino e diz.

    - Eu sei que você é forte e será meu companheiro nessa guerra! Nós só vencemos uma batalha, mas eles vão voltar. Vamos embora. Apenas eu quero que você confie em mim. Não importa o que aconteça.

    O menino ajuda o homem a andar e se concentrando com toda sua força Niall puxa o menino para o mundo dos espíritos. O menino se vê ao lado de outra pessoa, em aparência ‘’física’’. Um homem com traços animalescos e com plantas ao seu redor. Algo sem sentido como um sonho que a cada segundo lhe mostra uma surpresa nada agradável, mas aquele menino que sofreu tantos abusos nas mãos de ‘’demônios’’. O menino faz o que o seu salvador lhe mandou fazer. Ele confia e juntos os dois fogem percorrendo atalhos guiados por animais que os auxiliam até que eles saem deste lugar especial e vão para o mundo físico.

    Os dois caminham por um tempo ate achar uma cabana, e ali no intenso frio da noite eles se abrigam. Por alguns breves segundos a total escuridão é banhada por luz, a luz de um trovão. No breu total eles são revelados. Deitado sobre palhas com trapos que um dia foi uma boa roupa. Os ferimentos pelo seu corpo indicam sinais de batalha, ferimentos abertos com sangue escorrendo suavemente pelo seu corpo.

    Em sua mão há um pano sujo com algumas ervas e totalmente ensanguentado. O Homem pressiona sobre a sua barriga tal trapo. A sua face parece conter um mapa do próprio inferno, onde as cicatrizes mostram os caminhos da dor e desespero, estradas e atalhos que homens com juízo não percorreriam. O homem fala coisas sem sentindo, sussurrando, amaldiçoando e fazendo juras de vingança. Ao lado do homem a criança ensanguentada abraçada ao moribundo herói.

    Não há sombras que sobrevivam sem luz e assim é tudo na vida, o eterno equilíbrio. Tudo se transforma e criam-se infinitos caminhos por onde incontáveis historias criam apenas mais um pequeno trecho de toda a criação. Imagens milhões se formam e muitas visões são presenciadas do passado.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:39

    Dizem que a noite todas as bestas saem para caçar. Entre arvores e arbustos salta uma apavorada gazela e logo em seguida salta um lobo seguido por outro lobo maior com inúmeras cicatrizes pelo crânio. Quem persegue quem? Não há como dizer, mas é fato que a gazela percorre a floresta fazendo daquele momento o seu momento mais precioso. Apenas uma falha será o suficiente para ela deixar de existir nesse plano de existência. Desesperada a gazela corre e salta se distanciando do seu temível predador.

    O lobo caça a gazela com velocidade, sagacidade e fúria. Como se naquele momento aquele animal fosse mais do que a sua refeição. Ele é muito mais que a refeição, neste momento a sua glória e honra depende do êxito em sua missão, assim pensa ele. Os olhos do jovem lobo contêm o fogo predatório que um caçador deve possuir. A sua mente viaja adiantando o próximo passo da sua presa e assim ele está aos calcanhares daquele que será muito em breve será o seu lanche. Atrás do jovem lobo, o seu perseguidor maior o analisa, como se não houvesse arvores, rios, matos, pedras ou qualquer coisa. Quando chega muito perto da loba ele finge perder velocidade e fica para trás, dando a ela uma vantagem sobre ele.

    A Gazela salta e ao saltar ela olha para trás em busca do seu predador, ele não a encontra, mas ao olhar para frente lá está ela. Tudo acontece como em um flash, o lobo salta sobre a jugular do animal que não tem reação ao golpe do seu ceifador. Ele desfere uma mordida na jugular da gazela apertando firme e os dois caem no chão. O animal sangrando no chão o observa em pé, majestoso, belo e feroz. O lobo tem sangue manchando os seus pelos e pingando dos seus caninos.

    Em pé olhando para a gazela tendo os seus últimos suspiros, se debatendo, o lobo sente algo dento de si que o incomoda. Uma sensação que ele já havia conhecido. O gosto do sangue e o toque da morte que há anos atrás ele fora obrigado a experimentar quando ainda sequer sabia o que era ser um lobisomem. O lobo da um passo para trás temendo aquelas lembranças do frio porão e então encosta no lobo maior que apenas faz um movimento com a cabeça em direção a gazela caída e tomando forma humana o homenzarrão começa a conversar com o jovem lobo.

    - Muitas coisas acontecem enquanto o sopro de vida nos mantém nesta terra. Umas nós temos grande orgulho, nos honra, nos glorifica e nos torna sábios e outras nós nos envergonhamos e lamentamos pela eternidade.

    O homenzarrão abaixa fazendo um carinho com a costa da mão na face da gazela e então o homem passa a mão por uma de suas tatuagens no seu braço e o que antes era uma tatuagem de uma faca cria vida, cria forma e se materializa em sua mão. Não tem uma explicação coerente ou algo que se possa dizer que poderia ser. A mente sempre vai criar uma versão explicando o que aquilo pode ser, mas acredite... Está bem longe da verdade. O homem passa a faca no animal tirando deste o seu ultimo suspiro de vida.

    - Hoje você caçou pela primeira vez. Sinto orgulho, pois você aprendeu o peso, a responsabilidade da vida e da morte. Nunca faça isso de forma simplesmente predatória, isso será o teu pecado. Hoje te foi dada a responsabilidade de caçar para os seus amigos e irmãos de tribo. Você nos honra. Quando tiveram duvidas de que você poderia ser um filhote grandioso eu os disse que eu farei de você o melhor que um dia eu poderia ser e eu sou bom em cumprir promessas.

    O homem da uma risada e pegando o animal morto e colocando em sua costa os dois caminham com o nascer do sol que começa a trazer seus raios pela terra que ainda tem o orvalho umedecendo a paisagem. As dúvidas não foram embora, mas se alguém podia por a mão no fogo por ele e acreditar nele, porque ele não poderia acreditar?

    - Lembre-se rapaz e jamais se esqueça destas palavras. O que nos faz ser fortes e sempre levantar é o poder de se renovar, de bater a poeira e respirar fundo. Este poder se chama fé, tenha fé em si mesmo, tenha fé assim como eu tenho em você. A maior batalha da sua vida você trava com você mesmo.

    O homem dá risada e continua o caminho seguindo ao lado do seu jovem aprendiz, ele dá uma tapa nas costas do menino. Pensando se o que ele falou fez sentindo ou não... Esse é o seu único aprendiz, ele nunca foi de ensinar com palavras ou algo assim, sempre foi aquele que matou os seus inimigos com as suas próprias tripas. Seus pensamentos são confusos, é como ter um filho e lhe ensinar o certo, mas nunca ter tido nada para treinar, nesse mundo os dois são aprendizes.

    - Uma vez um espírito conversando comigo dentro da umbra me disse. ‘’Se você busca a paz, então você deve se preparar para a guerra’’, pois ela está ai e por mais que você não queira ela vai chegar a você e despreparado quem você será? Você será o herói ou a vitima? Eu não sei se isso é valido para dizer para um aprendiz, mas saiba que hoje eu vejo um herói caminhando ao meu lado... E você? O que vê?

    As luzes do farol alto iluminam o velho beco e a buzina enche o ouvido do menino o deixando quase surdo naquele momento. O forte fedor de combustível queimado e restos de comida podre invadem as suas narinas como um verme caçando abrigo no solo. Ele leva a sua mão até seu rosto e nesse caminho ele percebe ter tatuagens pelos braços. Confuso ele se questiona sobre o que aconteceu e o que ele estaria fazendo ali naquele local.
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    Mensagem por Noah Narninque Qui 17 Set 2015 - 13:44

    De dentro do beco ele vê um homem como um antigo guerreiro se aproximar dele. Todos passam ao seu redor, mas não o tocam, nem são tocadas por ele. O homem sorri com grande prazer e ele escuta dentro de sua mente o homem falar.

    - Eu vejo um menino confuso e desorientado!

    O homem sorri quase que de forma paternal e olhando para um grande pedaço de vidro ao lado dos sacos de lixo ele diz aponta para o menino e o menino sabe exatamente o que fazer. Ele não entender o porquê, mas ele poderia seguir ao lado daquele homem que ele estará seguro. Noah pergunta ao homem.

    - Quem é você?

    O homem / Espirito sorri apontando a estrada a sua frente onde alguns espíritos de animais se aproximam do rapaz recém-chegado. Então andando o homem diz se deliciando com as suas palavras.

    - Não tenha medo... Está tudo bem! Deixe que eu te ensine a caminhar nesse novo mundo. Eu te mostro como lutar nesta guerra que há por vir.

    Algo neste ser parece fazer sentindo e ele dá um passo caminhando por onde o homem indica. Juntos eles caminham para dentro daquele lugar mágico onde o tempo e realidade são diferentes. De alguma forma Noah se sente confortável pela situação do seu avô. Cada pergunta no seu devido tempo.
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    Mensagem por NPC Sex 18 Set 2015 - 7:22

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