Em 1277, um ano antes dos eventos que iniciarão a crônica em Idade das Trevas: um novo anoitecer, o feudo de Bristol abrigava um Caern majestoso, poderoso e reconhecido como um santuário espiritual para metamorfos de todas as partes do mundo habitável.
A relação com os espíritos era amistosa e próspera, a vida existia em abundância, a película local era frágil e aberta a novos visitantes.
Características que trouxeram a ruína ao maior legado de Gaia no mundo antigo, as sombras da humanidade mostraram sua força e com ela um inimigo maior e mais poderoso se revelou.
A mudança da monarquia inglesa para os arredores da floresta de Greenwich trouxe consequências não antecipadas por Oração-do-Sábio, Theurge filho de Gaia, ancião responsável pelo santuário.
Com os humanos, uma podridão aos poucos se instalou. A antes imaculada floresta foi parcialmente invadida, desmatada, destruída. Por ela passariam trilhas para suprimentos humanos e suas corriqueiras viagens até o canal de Bristol. As árvores foram usadas na construção de uma vila aos pés da montanha de ferro, muito foi retirado e muito do indevido foi trazido.
Sentado em uma clareira, com uma postura cansada e um olhar vazio sussurrava a pesadas palavras:
“ Com a chegada dos macacos, uma podridão se instalou. Criaturas que rastejam nas sombras, vindas de todas as partes e outras ainda mais terríveis, atraídas pela mácula trazida, emergiam da umbra, às centenas. Primeiro, retiraram nossos recursos, nossas árvores, caçavam os animais, nos encurralaram nas profundezas da floresta.
Antes que percebêssemos, nobre amigo, invadiram as principais nascentes e deixaram os rios longe de nosso alcance. Com exceção da nascente da montanha de ferro, no coração do antigo santuário. E isso era só o início.
Um ataque brutal e imprevisto foi nossa ruína. Criaturas emergiram da umbra aproveitando-se de nosso momento de fragilidade, nossas defesas estavam baixas , nossos guerreiros batalhavam as beiras da floresta desmatada, nossos recursos estavam no fim.
Neste cenário, o inevitável aconteceu. Um ataque orquestrado por Mordred, o Demônio, nos destruiu física, e pior meu amigo, espiritualmente.
Difícil narrar este evento em minhas condições...”
O velho lobo descansava sobre as próprias patas, orelhas baixas e respiração dificultada por sua idade avançada.
“ Sangue, morte, o fim. Jovens pagaram o preço de nossa displicência. Nossa culpa, nossa inocência.
Criaturas maculadas mataram, desfrutaram de nosso desespero e transformaram o santuário em uma penumbra de morte. Espíritos foram trucidados, assim como nossos companheiros. A Horda de Mordred nos incendiou e nos deixou em cinzas.”
Por fim, suas palavras cessaram, a cabeça do lobo descansou sobre as patas uma vez mais e concluiu.
“ O majestoso grifo nos auxiliou, os expulsamos e em um complexo ritual o Demônio foi exilado na mais profunda umbra. Para essa aparente vitória, perdemos muitos companheiros e muito de nossa essência. Meus dias terminaram, Dentes-do-Abismo-Rhya, e os seus começam. Lhe entrego um mar de morte e sangue, cinzas de um santuário. Deixo-lhe um fardo sem precedentes. Combater o avanço da mácula, reerguer nosso santuário e se preparar para o retorno de Mordred, que não tardará.
Em seu auxílio, ficarão os Garous sobreviventes: Morte-a-caminho, Ahroun dos Fianna, Adren. Exílio-do-Medo, Theurge entre os Senhores das Sombras, Ahtro e minha filha, Sabedoria-da-Lua, ragabash dos Filhos de Gaia, Fostern.
Somos poucos, sobreviventes do caos. O supremo Grifo clamou por nossas vidas e nos prometeu doar sua presença e existência para a reconstrução do Caern.
Deixo-lhe também na presença do Renovador-de-Ciclos, um sábio e antigo membro dos Gurahl, que erguerá uma clareira espiritual em homenagem ao nosso totem e nos permitirá convidar novos membros.
Seja sábio velho amigo, mais do que eu consegui ser. Tempos sombrios virão, tu precisará nos fazer renascer.”
E dito isso, o ancião partiu para seu descanso eterno. Sua respiração cessou e seus cansados olhos finalmente fecharam-se.
O Caern do Lendário Grifo seria fundado a partir de então, com poucos porém bravos metamorfos. As ameaças são iminentes e crescentes.
Tempos sombrios, Idade das Trevas.
A relação com os espíritos era amistosa e próspera, a vida existia em abundância, a película local era frágil e aberta a novos visitantes.
Características que trouxeram a ruína ao maior legado de Gaia no mundo antigo, as sombras da humanidade mostraram sua força e com ela um inimigo maior e mais poderoso se revelou.
A mudança da monarquia inglesa para os arredores da floresta de Greenwich trouxe consequências não antecipadas por Oração-do-Sábio, Theurge filho de Gaia, ancião responsável pelo santuário.
Com os humanos, uma podridão aos poucos se instalou. A antes imaculada floresta foi parcialmente invadida, desmatada, destruída. Por ela passariam trilhas para suprimentos humanos e suas corriqueiras viagens até o canal de Bristol. As árvores foram usadas na construção de uma vila aos pés da montanha de ferro, muito foi retirado e muito do indevido foi trazido.
Sentado em uma clareira, com uma postura cansada e um olhar vazio sussurrava a pesadas palavras:
“ Com a chegada dos macacos, uma podridão se instalou. Criaturas que rastejam nas sombras, vindas de todas as partes e outras ainda mais terríveis, atraídas pela mácula trazida, emergiam da umbra, às centenas. Primeiro, retiraram nossos recursos, nossas árvores, caçavam os animais, nos encurralaram nas profundezas da floresta.
Antes que percebêssemos, nobre amigo, invadiram as principais nascentes e deixaram os rios longe de nosso alcance. Com exceção da nascente da montanha de ferro, no coração do antigo santuário. E isso era só o início.
Um ataque brutal e imprevisto foi nossa ruína. Criaturas emergiram da umbra aproveitando-se de nosso momento de fragilidade, nossas defesas estavam baixas , nossos guerreiros batalhavam as beiras da floresta desmatada, nossos recursos estavam no fim.
Neste cenário, o inevitável aconteceu. Um ataque orquestrado por Mordred, o Demônio, nos destruiu física, e pior meu amigo, espiritualmente.
Difícil narrar este evento em minhas condições...”
O velho lobo descansava sobre as próprias patas, orelhas baixas e respiração dificultada por sua idade avançada.
“ Sangue, morte, o fim. Jovens pagaram o preço de nossa displicência. Nossa culpa, nossa inocência.
Criaturas maculadas mataram, desfrutaram de nosso desespero e transformaram o santuário em uma penumbra de morte. Espíritos foram trucidados, assim como nossos companheiros. A Horda de Mordred nos incendiou e nos deixou em cinzas.”
Por fim, suas palavras cessaram, a cabeça do lobo descansou sobre as patas uma vez mais e concluiu.
“ O majestoso grifo nos auxiliou, os expulsamos e em um complexo ritual o Demônio foi exilado na mais profunda umbra. Para essa aparente vitória, perdemos muitos companheiros e muito de nossa essência. Meus dias terminaram, Dentes-do-Abismo-Rhya, e os seus começam. Lhe entrego um mar de morte e sangue, cinzas de um santuário. Deixo-lhe um fardo sem precedentes. Combater o avanço da mácula, reerguer nosso santuário e se preparar para o retorno de Mordred, que não tardará.
Em seu auxílio, ficarão os Garous sobreviventes: Morte-a-caminho, Ahroun dos Fianna, Adren. Exílio-do-Medo, Theurge entre os Senhores das Sombras, Ahtro e minha filha, Sabedoria-da-Lua, ragabash dos Filhos de Gaia, Fostern.
Somos poucos, sobreviventes do caos. O supremo Grifo clamou por nossas vidas e nos prometeu doar sua presença e existência para a reconstrução do Caern.
Deixo-lhe também na presença do Renovador-de-Ciclos, um sábio e antigo membro dos Gurahl, que erguerá uma clareira espiritual em homenagem ao nosso totem e nos permitirá convidar novos membros.
Seja sábio velho amigo, mais do que eu consegui ser. Tempos sombrios virão, tu precisará nos fazer renascer.”
E dito isso, o ancião partiu para seu descanso eterno. Sua respiração cessou e seus cansados olhos finalmente fecharam-se.
O Caern do Lendário Grifo seria fundado a partir de então, com poucos porém bravos metamorfos. As ameaças são iminentes e crescentes.
Tempos sombrios, Idade das Trevas.
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