*Ouve Ervin, se levanta e anda até o palco e diz no microfone*
Eu sou um Peregrino Silencioso, assim como Mike, mas como ele já foi Caçado resta apenas a mim...
*se posiciona em sua forma humana diante de todos e fala de forma bem clara*
Senhoras, Senhores, Anciões presentes e Espíritos amigos em Gaia! Sou Amon Hórus, Hominídeo, Theurge, dos Peregrinos Silenciosos, um Ancião-Rhya. Minha história começa a um pouco mais de Cinco mil anos atrás, isso mesmo meus amigos e amigas, tenho toda essa idade sim... Não sou uma Aberração da Natureza ou um afronta a Gaia como muitos no passado já me acusaram. Eu venho do Antigo Egito. Nasci humano dentro de uma família de Parentes dos Peregrinos, na época que me tornei um Garou após minha primeira mudança houve a Maldição de minha Tribo pelo Vampiro chamado de Seth. Um poderoso ser filho do próprio Caim que controlava a noite do antigo Egito. Os esforços de minha Tribo para combater seus Asseclas foram muitos. Por isso vou lhe contar um pouco da História antiga.
*respira fundo e inicia seus relatos*
Tribos como os Senhores das Sombras e os Presas de Prata são obcecados com seu lugar na preferência de Gaia e seus papéis como as tribos escolhidas de Luna. Não nos importamos tanto. Nós sabemos que temos um lugar especial, rastejando por toda a superfície de Gaia, mas não sentimos a necessidade de insistir na maioria das antigas histórias. Não temos de crer que Gaia e Luna nos escolheram para receber atenção especial: Gaia e Luna escolheram todos os Garou para dar-lhes atenção especial.
Dessa forma, Gaia era o mundo. Luna era a lua. Gaia e Luna ergueram alguns espíritos, elevando-os para papéis especiais. Os ursos eram os curandeiros, os corvos eram os vigias, nós éramos os guerreiros. Nos dias mais antigos das tribos humanas, quando a população de uma tribo crescia além dos cem ou duzentos, ela se dividia em duas ou mais tribos. De tal forma também foi com a tribo que antes era conhecida apenas como “Garou”. Claro que o último grupo restante de Garou, quando todas as outras tribos tinham se separado, eram os Presas de Prata. Chatos e atolados em tradição. Mas estou desviando do assunto.
Sinto muito em dizer que eu não sei dizer como foram os primeiros dias de nossa tribo. Não temos espíritos ancestrais antigos para perguntar. Outras tribos têm maior facilidade nesse ponto, porque se eles esquecem um ponto da história tribal, um Galliard ou um Theurge pode passar algumas horas com alguns espíritos ancestrais e ao menos obter uma ideia de como o tempo
em questão deve ter sido. Nós não podemos fazer isso — e eu creio que o fato de que não podermos encontrar nossos ancestrais é a razão pela qual nós tão compulsivamente colecionamos e compartilhamos histórias de nossa tribo. É o melhor que podemos fazer. O problema em aplicar este plano para a história antiga é que durante a maior parte dos dias antigos nossos espíritos ancestrais estavam à disposição — não os perdemos até a maldição de Sutekh, no Egito. Desde então não foram armazenados muitos registros dos dias anteriores de nossa diáspora do Egito. O melhor que eu posso fazer é imaginar, a partir do senso comum e das histórias que eu ouvi de outras tribos.
Não nos separamos dos outros Garou como um grupo, como as outras tribos devem ter feito. Nós tínhamos pouca paciência para políticas tribais e tínhamos mais interesses em explorar e ver o mundo do que aqueles que queriam encontrar a próxima coisa da Wyrm e destruí-la. Alguns de nossos ancestrais eram indiscutivelmente exilados, enquanto outros foram partindo aos poucos, insatisfeitos com a comunidade Garou existente. Gradativamente, seguimos para as terras ao redor do Nilo.
Naqueles dias o Nilo era a maior das estradas. Um Peregrino poderia manter-se, metaforicamente, perto de casa, de seus irmãos e espíritos familiares da natureza, viajando centenas de quilômetros junto com o rio pelo que hoje é o Egito e o Sudão, até mesmo na selva.
Naquele tempo, muito antes da história oral, a população humana da África vivia competindo com as feras por cada pedaço de comida que eles pudessem encontrar. O grande povo-gato — homens-leões, homens-leopardos, e outros — clamavam a África para si mesmos naquele tempo. Eles eram tão territoriais quanto são agora, apesar de que talvez eles fossem menos rancorosos naqueles dias. Nós éramos autorizados a passar livremente, apesar de que na maior parte do tempo oferecíamos tributos as Feras senhoras da terra.
Uma das canções mais antigas que conheço — eu não vou martirizá-los cantando-a, e uma vez que ela é cantada na antiga língua Kikuyu, não faria o menor sentido para vocês — fala sobre uma dupla de chefes tribais Simba se digladiando. A canção data de antes da Guerra da Fúria, com certeza, porque ela se refere a um dos chefes casando uma filha com um filho de um governante Presa de Prata do norte. De qualquer maneira, os dois chefes, cujos nomes grosseiramente traduzidos significam Caçador-da-Montanha e Senhor das Planícies, utilizaram uma matilha de Peregrinos Silenciosos como embaixadores. A matilha, cujo nome era “Dançarinos das Ondas”, levou mensagens por todos os lados do que hoje é chamado Lago Vitória e a canção os descreve correndo pela superfície do lago. Em uma predição do futuro de nossa tribo, a canção dedica um verso aos Dançarinos das Ondas procurando refúgio em lugares desconhecidos quando Caçador-da-Montanha e Senhor-das-Planícies foram à guerra.
Todo Garou instintivamente quer proteger a natureza sagrada que permanece fora do alcance humano. Nenhum de nós quer ver civilizações intrusas dentro das mais sagradas partes da superfície de Gaia. Uma das canções mais antigas que eu conheço na língua Garou é o Lamento pela Construção de Ur. Nossos ancestrais sabiam, mesmo naqueles dias antigos, que a humanidade iria se espalhar pela face do mundo se algo não fosse feito para pará-los. Aqueles Garou com grandes laços com o lobo simplesmente queriam exterminar os macacos.
Outros queriam desenvolvê-los... eu acho que hoje nós teríamos pensado em criar reservas para caça. Os Filhos de Gaia e os Andarilhos do Asfalto — as canções antigas chamam os Andarilhos do Asfalto de “Guardiões” ou “Sentinelas” — advogaram por deixar os humanos sozinhos mas educando-os nos caminhos de Gaia.
Como um compromisso entre todos estes pontos de vista, os Garou da época impuseram o Impergium. À população humana não foi permitido crescer além do que já alcançara. Uma criança nasce, uma pessoa morre.
Nossas tribos se espalharam pelo mundo para o que nós pensamos hoje ser os nossos territórios tradicionais. Por fim, cada tribo de Garou teve de participar da contenção humana e, na época do Impergium, os humanos já tinham se espalhado por quase toda Europa e África.
Assim, os Presas de Prata acabaram ficando na Rússia, os Crias de Fenris no noroeste da Europa, os Fianna nas Ilhas Britânicas e assim por diante. Apesar dos Peregrinos Silenciosos terem uma grande presença no nordeste da África, foi só com a imposição do Impergium que nós realmente tomamos aquelas terras como nossas. Muitos Peregrinos Silenciosos viajaram junto com nômades nas estepes da Ásia — quanto mais eu penso no assunto, e quanto mais canções eu ouço de outros Peregrinos, mais eu lembro durante os dias do Impergium os Peregrinos Silenciosos devem ter sido a maior tribo Garou. Claro que nós não tínhamos influência na política Garou, mas tínhamos grandes extensões de terra e existiam centenas se não milhares de nós.
Pelo mundo, a maior parte das Feras declararam-se a favor mas sem intervir no Impergium ou então o ignorando. O Impergium foi instituído para a maioria deles como uma ordem dos reis Presas de Prata e as rainhas Garou, as outras Raças Metamórficas ignoraram a autoridade dos Garou neste assunto. Nós sempre tivemos a crença de que o Delírio é uma resposta que aflige os humanos como resultado dos milhares de anos de Impergium, meus poucos contatos Fera me dizem que os humanos sofrem de Delírio mesmo quando confrontados com um Corax em sua forma guerreira. Então, mais uma vez, eu vou fazer uma educada suposição sobre o que aconteceu. As Feras ignoraram a ordem do Impergium quando ela foi dada pelos Presas de Prata, mas quando as populações humanas começaram a se expandir nas terras dos homens-leões na África, os Simba perceberam que um sensato controle poderia ser útil, apesar de tudo. Como sempre, não tenho qualquer evidência para comprovar, apenas os fatos de como eles se portam hoje e meus próprios poderes de dedução.
É difícil para mim trazer os argumentos de Charles Darwin em tempos como estes, especialmente quando eles geralmente são tão errôneos. Quero dizer, grande teoria, Darwin, mas ela não leva o mundo espiritual nem um pouco em conta. Espíritos da natureza guiam o desenvolvimento das espécies, todo Garou sabe disso.
Mas Darwin fez alguma coisa correta. Quando uma espécie se defronta com a pressão populacional, se ela simplesmente não morrer, se fortalecerá. Se adaptará à pressão. No caso da humanidade, o Impergium começou a... fazer coisas... com eles. Eles começaram a criar armas melhores. Eles ficaram mais fortes, rápidos e corajosos.
Eles aprenderam como semear a terra e cultivar plantas maiores e melhores, a domesticar a vida selvagem.
Nossa Canção da Exaustão do Carrasco nos conta que os Filhos de Gaia foram os primeiros a implorar aos Presas de Prata pelo fim do Impergium porque aquilo era cruel. Os Peregrinos Silenciosos foram os segundos a irem aos Presas de Prata e implorar pelo fim do Impergium por aquilo ser estúpido. Ao exterminar sistematicamente os membros mais fracos de cada tribo humana, estávamos tornando a raça mais forte e mais capaz a cada geração.
Se não terminássemos o Impergium, dentro de um século eles estariam nos caçando.
O primeiro rei que nosso ancestral Visão-do-Horizonte falou ignorou seus apelos. O sucessor daquele rei também ignorou Visão-do-Horizonte. Mas o terceiro rei, perto do fim da vida de Visão-do-Horizonte ouviu seu argumento e entendeu que era verdadeiro. Tenho certeza que o fato de Visão-do-Horizonte ter reunido muitos aliados de quase todas as outras tribos não teve nada a ver com a decisão, nadinha mesmo. Aquele rei declarou o fim do Impergium e, apesar de ter havido dúzias de desafios, eles foram superados por argumentos ou sangue e o Impergium terminou.
Ao menos, terminou entre os Garou.
O primeiro ato aberto de rebelião das Feras contra os reis dos Garou foi ignorar a ordem para terminar o Impergium. Agora, como disse, alguns das Feras, como os homens-ursos e os Corax, nunca apoiaram isso de verdade. Mas aqueles que tinham apoiado o Impergium voluntariamente — ao invés de impostos pelos Garou — não via razão para parar. Eles nunca acreditaram de verdade na autoridade dos Garou, principalmente dos Presas de Prata. Eles viam os senhores Garou como posteriormente um rei inglês devia ver um rei francês: um primo digno de respeito, mas não de lealdade.
Lembre-se, os Presas de Prata não viram essa desobediência como um motivo para começar uma guerra. Mas eles pagaram a muitos Peregrinos muito ouro, Gnose e favores para que eles levassem e trouxessem mensagens entre suas cortes e as cortes dos Simba, além de outros senhores das Raças Metamórficas, tentando trazê-los para a forma correta de se pensar. Pelo próximo século ou mais as discussões entre nossos senhores e os senhores das Feras ficou mais acalorada.
Estávamos bem no meio de uma das mais sérias disputas. Como citei anteriormente, reivindicávamos a maior parte do curso do Nilo. Mas por todo o Nilo, os que eles são, eles não existem mais — opuseram-se àquela declaração. Com o tempo uma paz frágil foi feita, onde os Mokolé proclamaram as águas e nós a terra, mas a cada estação de cheias as coisas ficavam confusas. Aquela confusão levou ao derramamento de sangue mais de uma vez e, embora nós, Peregrinos, sejamos tão racionais quanto qualquer outro Garou, tenho aqui um pequeno poema épico, Dança dos Dragões-Andantes sobre um ataque noturno a um ninho de Mokolé que resultou na destruição de meia dúzia de ovos.
Depois de algumas gerações de provocações como essa, vingança, e vingança da vingança, a ordem chegou dos reis dos Presas de Prata: deveria haver guerra contra as Feras que não se submetessem a nossa liderança. Até então aquilo significava todas elas, com exceção de alguns desertores que não podiam ser confiados.
Nós não cantamos mais sobre a Guerra da Fúria. Sei que existem canções de glória por aí, épicos de ousadia e coragem. Não vou cantá-los ou lê-los em voz alta. Os compartilho com jovens Garou apenas para que o conhecimento não seja perdido, mas os escrevo e os passo adiante. Nossa tribo se vangloriou muito na matança de outros filhos de Gaia e não vou repetir isto nem mesmo ritualmente.
Os Garou viveram no Egito desde os dias antigos, antes do Impergium, até que a maldição de Sutekh e a subsequente diáspora durante a Décima Terceira Dinastia do que hoje os egitologistas modernos chamam de Segundo Período Intermediário. Diferente de muitas outras tribos, nós nunca quisemos governar os humanos de nosso protetorado. Vivemos como conselheiros, talvez — vizires para os faraós, os sacerdotes que sussurravam conselhos na noite — mas poucos de nós governaram.
O Egito era na verdade dois reinos, desde os tempos antigos. O Baixo Egito — ao norte — era um lugar completamente diferente do Alto Egito — ao sul. Estas designações de “Alto” e “Baixo” podem não fazer sentido em um mapa qualquer para alguém não familiarizado com a área, mas se você prestar atenção no percurso do que o Nilo flui você vai descobrir que o Alto Egito é o planalto, o lugar de onde o Nilo flui, e claro o mapa deixa óbvio que o Nilo flui da África central em sentido norte pelo Egito até o Mediterrâneo. O Nilo é a vida do Egito, também é a divisão entre o Delta do Nilo e os planaltos que gera a distinção entre os dois reinos. Os antigos senhores do reino egípcio usavam coroas e outros emblemas que deixavam claro que o Egito era uma terra composta de duas.
Claro para os Peregrinos Silenciosos que o Nilo era um sinal criticamente importante da saúde de Gaia. Se o Nilo estava forte e saudável, ele poderia ocasionalmente inundar, mas ele gerava vida para todo o Egito. As planícies alagadas pelo Nilo eram as mais férteis terras por muitos quilômetros em qualquer direção. Antes de a Wyrm enlouquecer, concordávamos com os Mokolé e outros que o Nilo era uma representação da própria Wyrm. Ela trazia vida nova através da destruição.
Existiam outras forças sobrenaturais para brigar no antigo Egito: Os magos, o Culto de Sutekh e os Imortais. Imorredouros!
Os magos não eram como os cultistas da terra qualquer e bruxos limitados que a maioria dos Garou estava acostumado. Não, estes homens (pois a maioria deles eram homens) codificaram e matematizaram os rituais que os permitia sugar o poder de Gaia. Eles se fizeram repetitivos, previsíveis. Algumas de nossas histórias vão longe ao sugerir que os antigos magos egípcios ensinaram os Garou a arte de criar um ritual, diferente de uma simples oração ou Dom. A disciplina mágica que os magos ensinaram um ao outro não tinha nenhum componente moral nela, isso fez ocasionalmente que eles se colocassem entre nossos dentes. Eles usaram mágica sem se preocupar com as condições da Umbra próxima.
Uns sugerem que esta forma mais desafiadora, e flagrante, dos antigos magos de usar rituais magos criou buracos na Umbra e que a presença destes novos vácuos ajudou a Wyrm a enlouquecer.
O Culto de Sutekh adorava um deus, um vampiro.
Sutekh era uma criatura majestosa, um deus em forma humana, uma serpente vampírica que podia assumir qualquer forma que quisesse. Não sabemos. Por várias vezes na história Sutekh surgiu, trazendo fogo e destruição com ele. Ele pode não ter sido realmente um vampiro, mas sua fome do sangue dos inocentes era quase sem limites. Tempos depois ele não conseguia subsistir com mortais normais, ele precisava primeiramente do sangue de tipos particulares de mortais (virgens ou magos), mais tarde ele apenas podia saciar-se com o sangue e almas daqueles que tinha sido especialmente preparado para isso. O debate ainda está aberto sobre se Sutekh era um monstro antes da Wyrm enlouquecer. Ele era inquestionavelmente um monstro depois disso. Um número de cultistas o adorou — incompreensivelmente, desde que ele prometera tanto poderes temporais e virtual imortalidade àqueles que o serviram lealmente. Claro, ele garantia estas coisas tornando seus servos em vampiros, mas a maioria dos cultistas considerava suas almas como uma troca justa pela vida eterna.
Sutekh conseguiu seus poderes nas brumas da pré-história, ele fora um rei mortal ou assim conta a história. Seus inimigos foram o antigo Faraó Osíris, sua amante Ísis e seus aliados Anúbis e Hórus. Depois que Sutekh se tornou um deus, ele matou seu irmão Osíris, estuprou Ísis, ou a tornou uma vampira, (ou ambos, não podemos ter certeza), e partiu para aterrorizar o Delta, chacinando conforme sua vontade. De alguma forma, com a ajuda dos magos que mencionei anteriormente, seus inimigos conseguiram trazer Osíris de volta à vida. Ao fazer isto eles conseguiram escrever um ritual que poderia derrotar a Wyrm do Equilíbrio: eles fizeram um rito que transformava um humano ou Garou em um imortal.
Não era realmente uma imortalidade, os imortais podiam morrer. Mas seus espíritos viajariam ao Duat e então eventualmente reconstruir seus corpos e retornar à vida. Seus espíritos não podiam ser extintos. Esta é uma violação da lei de Gaia, claro — todas as coisas devem morrer e os mortos devem permanecer mortos. Mas nós tínhamos um problema no antigo Egito. Tínhamos três inimigos verdadeiros: espíritos da recentemente insana Wyrm, o Culto de Sutekh e os magos. Algo tinha de acontecer. Simplesmente não tinha o bastante de nós para lutar todos aqueles seres e ainda se certificar que os humanos estavam corretamente venerando Gaia.
Os anciões da tribo decidiram que Sutekh era quase certamente mais uma ameaça do que qualquer um dos outros e decretaram o Poema dos Inimigos da Wyrm, o qual posso recitar para você outra hora, que a eliminação de espíritos ativos da Wyrm era nosso objetivo principal, depois do qual deveríamos alvejar o Culto de Sutekh, retaliar contra os magos por sua destruição ignorante.
Neste tempo que fui pego pelos Imortais e transformado num Imorredouro, ou Múmia para os Leigos. Sou imortal, mesmo depois de ter alcançado o maior Posto entre os Garou de minha Tribo, depois disso eu precisava continuar minha luta contra a Wyrm e fazer meu povo voltar ao Egito depois da Maldição. Vou lhes falar a respeito dela, eu estava lá!
Sutekh — Set — era um deus dos antigos egípcios. Durante os dias antigos, nossas histórias dizem, ele andou abertamente entre eles. Alguns dos vampiros nos contam que Sutekh era ou é um vampiro. Outros nos dizem que ele apenas criou um bando de vampiros com seus poderes divinos.
Nós combatemos Sutekh e seus lacaios por toda história do Egito. Os Peregrinos nas estepes tiveram pouco a ver com aquelas batalhas e tiveram suas mãos atadas com outros negócios, mas os egípcios, o coração da tribo, centraram suas vidas na luta contra as crias vampíricas de Set. Ele as produzia em enorme quantidade. Pequenas crias divinas sugadoras de sangue que perverteram vilas inteiras para servir-los e alimentá-los.
Monstros da Wyrm, sem dúvida. Nossa opinião geral sempre foi de que Sutekh é um dos mais poderosos avatares da Wyrm na face de Gaia. Foi apenas o grande sacrifício de nossa tribo que o aprisionou por tanto tempo quanto ele ficou aprisionado.
A última vez que Sutekh andou na terra, não foi uma matilha de Garou que surgiu para derrubá-lo, ao invés disso foi um par, um Garou e um... não exatamente Garou, era um Imorredouro assim como eu. Shu-Hórus foi um de nossos maiores guerreiros, ele destruiu dúzias de inimigos de Gaia e uma vez derrotou um rei Presa de Prata em combate um a um, apenas para renunciar a coroa que era sua por direito do desafio, para retornar para casa no Egito e ficar com seu povo. Sua companheira, Néftis, era uma Parente Peregrino que tinha aprendido as artes da feitiçaria e
usado-as para prolongar sua própria vida por séculos.
Alguns sussurram que Néftis tinha usado o sangue vampírico das crias de Sutekh para prolongar sua vida, mas nada mais, eu acho, inverte a poesia do conto, que é certamente mais metafórico do que histórico.
Sutekh tinha começado um grande e terrível ritual.
Do que precisamente o ritual dependia ou de quem vocês perguntam. Alguns sugerem que ele queria apagar a lua do céu, outros que ele queria tornar toda a vastidão do Nilo em seu próprio sangue vampírico-divino e, ainda, outros propõem que ele esperava destruir outros deuses-vampiros que andavam sobre a terra. O que quer que fosse, Shu-Hórus e Néftis foram os únicos que conseguiram encará-lo de frente. Néftis usou suas mágicas para fortalecer Shu-Hórus com o poder de um deus e o guerreiro Peregrino feriu Sutekh com seu d’siah.
Shu-Hórus feriu gravemente Sutekh, mas ao invés de contra atacar, Sutekh foi atrás de Néftis. Ele a matou — já que a mágica dela tinha se esgotado ao fortalecer Shu-Hórus — e então a transformou em vampiro. Shu-Hórus conseguiu lutar contra Sutekh quase que até deixá-lo exausto e outros Peregrinos Silenciosos prepararam uma armadilha, aprisionando Sutekh inconsciente em uma prisão muito profunda na terra. As últimas palavras de Sutekh foram sua maldição sobre nós:
Pelos nomes que eu falei, Ó, Lupinos, eu os amaldiçoo. Eu coloco minha marca sobre vocês, para que vocês sejam eternamente separados de vossos pais e mães mortos. Eu amaldiçoo-os com meu toque, para que nunca mais vocês possam descansar nas terras de vossos povos. Que os nomes de seus ancestrais sejam esquecidos e que seus fantasmas pereçam famintos no Duat. Tal qual eu fui banido, vocês deverão ser exilados, emudecidos e perdidos para sempre e além.
Levou um ano inteiro para que os efeitos da maldição de Sutekh se espalhar por todo o Egito, começando pelos bancos do Nilo e se expandindo dali. A impressão que eu tive é que a maldição pareceu estar realmente ligada ao nome Egito ou suas várias traduções, isso significa que Sutekh usa magias baseadas em nomes, um fato que eu relato apenas por curiosidade.
Uma vez que os mapas mudam e a ideia de “Egito” entra em fluxo e defluxo, assim acontece também com a área coberta pela maldição. A maldição não tem mudado muito nos dias atuais, apesar de que alguns Peregrinos relataram algumas adversidades no Sinai até quase a década de 90.
Vocês provavelmente sabem disso: não podemos mais dormir tranquilamente dentro do Egito.
Pesadelos de serpentes e os gritos de nossos espíritos-ancestrais nos atormentam quando fazemos isso. Não podemos recuperar Gnose lá. E não podemos mais acessar nossos espíritos-ancestrais.
Os Peregrinos no Egito — ao menos metade da tribo na época, e lembrem-se que nós estamos falando sobre um período de alguns 500 anos atrás — partiram em uns ou dois ou em matilhas.
Quando eles encontraram outros Garou de fora do Egito, aqueles Peregrinos que estavam deprimidos imploraram àqueles Garou para viajarem até os antigos Caern dos Peregrinos e os protegessem das forças da Wyrm. Os Peregrinos que eram muito orgulhosos para pedir ajuda simplesmente prosseguiram, nunca mencionando suas tragédia.
Como um resultado da diáspora, ao menos uma dúzia de Caern egípcios foram perdidos. Os homens-gato Bastet tomaram alguns deles. Magos egípcios tomaram outros. A Wyrm tomou a maioria deles. Nos espalhamos pelos ventos. A maior parte dos Peregrinos permaneceram nas terras ao redor do Egito (Palestina, a atual Líbia, a Terra Santa e a Península Árabe e, até mesmo, na longínqua Pérsia). A maioria dos outros Peregrinos foram para a Europa ou para o noroeste, se juntando aos nossos parentes nas estepes. A tribo caiu em desespero coletivo, tendo perdido seu lar e falhado na defesa de seu protetorado.
Muitos Peregrinos caíram em Harano, muitos outros vagaram nas florestas, para nunca mais serem vistos.
Outros se dirigiram para terras desconhecidas e estranhas para nós. Alguns seguiram uma ponte de lua para o que nós chamaríamos hoje de Américas. Algumas poucas matilhas foram para o leste por onde se tornaria a Rota da Seda, mais alguns poucos se aventuraram dentro da Umbra Profunda.
Nas gerações seguinte de nosso exílio do Egito, uma Theurge mudo que foi o primeiro a tomar o nome Néftis em honra de nossa benfeitora há muito morta primeiro escreveu esta profecia.
Variações dela se seguiram através dos anos.
Eu vi quatro mortes
Uma morte
O nomeador dá a forma, o mentiroso que define,
A aranha,
Suas pernas arrancadas dela
Aprisionadas em sua teia
O mundo rui
Uma morte
O destruidor corruptor e mentiroso
O dragão
Empalado no seu coração
Esmagado por sua horda
O mundo morre de fome
Uma morte
O criador mentiroso
O turbilhão
Domado
Acalmado
O mundo congela
Uma morte
Todos os três caminhos conduzem para este
caminho
A mãe.
Muitos dos Peregrinos Silenciosos guardam esta profecia para si mesmos, como eles fazem com a maioria de seus conhecimentos mais obscuros. Muitos acreditam que ela significa que a morte de qualquer um da Tríade irá levar à destruição de Gaia, o que significa que uma gloriosa batalha final contra a Weaver ou a Wyrm, como os Crias de Fenris e seus iguais tão desesperadamente pregam, não irá refrear o Apocalipse, pelo contrário vai acelerá-lo.
Depois disso eu perambulei por séculos no mundo, até que cheguei a este Caern, jurei defendê-lo desde sua Criação, eu estava aqui quando eles foram Criados, eu ajudei no ritual e desde então estive a disposição dos Caern. Ao passar dos anos tive a revelação que eu estava ligado demais a essa terra, e descobri que não posso mais sair dos Caern para fora além das Divisas, a mesma Barreira que impede que o Mal entre, impede que eu saia dos Caern dos Três.
*olha os Caçadores e diz*
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