Reino Etéreo

- Além de ofuscar os sentidos dos outros, o que essa pedra tem de útil para os caerns? Não conheço nada dela...

Pará por alguns instantes, e depois retoma a fala.

- Se não tiver nenhuma serventia, deixá-la aqui é o mais sensato, se não brigaremos até o fim deste alcance. E minha missão com Chapeleiro não se encerra aqui, temos outro local para irmos antes de voltar ao Caern.

*ouve Jun e diz, ainda na língua Garou*

Concordo, deixar com a Seita das Estrelas então... Eu voto que sim, e vocês?

*olha Chapeleiro e Lágrima*

- Novamente isso. Se for parar nas mãos de algum ancião, vai para o Caern dos Três, visto que quem a encontrou, está em missão em seu nome. Se não for destinada ao Caern dos três, a pedra fica aqui, assim ninguém briga.

*se aproxima de Lágrima e diz*

Ela vai ficar ou ir até a Seita das Estrelas, somos quatro, se empatar, eu decido, a maioria vence, eu votei para ir a Seita, Jun também, você vota em deixar aqui e Chapeleiro?

- Porque você decide, Ryo? A litania nesse caso não se aplica, porque quem achou a pedra não fui eu, que sou garou, e sim Chapeleiro, que é um Corax. Não tente se prevalecer disso, e quem foi chafurdar no meio do morto também foi ele. Não quero a pedra pra mim, não saberia nem como usar, mas ela ou irá para o Caern dos Três ou ficará aqui. Não conheço essa seita das estrelas.

*Encara a Fianna e diz*

Então, ele Decide!

*aponta Chapeleiro*

Chapeleiro olha com admiração e orgulho pra Lágrima. A filhote crescia a olhos vistos

Lágrima está certa em basicamente tudo que disse. Não faz sentido entregar para uma seita de Portadores e dizer que isso agrada a todo mundo. Minha decisão é: entregar a quem fizer o melhor uso, seja Garou, hengeyokai ou Corax, eisso feito de comum acordo. Até lá, ela fica comigo.

Muda para hominídeo e estende a mão para Jun Shen.

Jun inclina a cabeça ao ouvir mais remendos de idéias equivocadas e retorcidas pelo corax. Ao vê-lo estender a mão em sua direção arqueia uma de suas sobrancelhas após um breve momento diz

Suponho que queira algo que não está em minha posse.

cruza os braços e diz

A Seita das Estrelas não é de Portadores e sim de estudiosos, aqueles que buscam conhecimentos para resolver males maiores no combate contra a Lacraia.
Ou seja Beneficiam ambas facções a Nação Garou e os Hengeyokai que não faz restrições às raças metamórficas, apenas ao fim comum.

Sugeri a litania pois pensei que como os Tengu que seguem o Caminho da Virtude Esmeralda a Sociedade dos Corax seguisse as regras dos de posto mais elevado, mas por algum motivo ambos foram contra tal sugestão.

Sugeri também um juiz neutro e também desdenharam de minha sugestão.

Desculpe-me mas nem mesmo conseguiu controlar sua vontade para domar os efeitos da pedra.

E em seu discurso vejo apenas interesses pessoais.
Como posso eu crer que deve portar tal pedra.

Jun descruza os braços e se vira pra Ryo e continua

Irmão-rya não sei se ouviu falar mas esta é uma Pedra da Wyld, capaz de realizar feitos desempenhados apenas por espíritos poderosos. Não deve ficar em mãos pequenas como as nossas,
aponta para o Corax e ele sabe do que ela é capaz.
A sugestão de levar-la à Seita das Estrelas foi impecável.
Aqui sua palavra pesa mais que PRATA e OURO.
balançando a cabeça negativamente e com feições visivelmente desapontada pela postura egoísta daqueles diante deles.
Não tenho mais nada a dizer.

Ao ver que Shen não entregará a pedra, o Corax cruza os braços e sacode a cabeça.

A Seita das Estrelas é composta, em sua maioria, por Portadores da Luz Interior. Se formos ver pelo seu ponto de vista, todos nós buscamos maneiras melhores de enfrentar a Wyrm, mas cada um tem a ideia do que seria melhor, não é? Eu não sou filiado a nenhuma Corte ou nenhuma Seita, então também não quero nada além do bem comum.

E não, não sigo nem a Litania e nem o tal Caminho da Virtude Esmeralda. Sigo as Leis do Corvo, que até os Tengu, não importa o quanto enfiados estiverem em suas cortes, têm que seguir. E em nenhum momento elas falam sobre obedecer os de posto mais elevado, porque isso é simples bom senso. A questão é, eu sou o Corax de posto mais elevado aqui, então não preciso obedecer a ninguém além de mim mesmo.

Agora... não vi nada sequer parecido com um juiz neutro nessa história. Já o seu SUPERIOR falou para que eu desse minha opinião, e eu dei. O que VOCÊ negou, o que mostra que está muito interessado no "bem comum", desde que esse bem comum seja o seu.

Eu abri mão da propriedade da pedra, sugerindo que déssemos ela a quem quer que fosse aproveitá-la melhor. Se ISSO não é bem comum, não sei o que é. Mas isso envolveria tirar a pedra de suas mãos, então obviamente não gostou da ideia. Para algo que "não está em sua posse", parece difícil de abrir mão.

A palavra de Ryo não significa nada para mim. Ele admite livremente que não se importa com a seita para a qual jurou obrigação. Seu posto não diz nada nem a mim e nem a Lágrima de Prata, já que ele se diz hengeyokai, e não Garou.

Vocês dois agem como o pior tipo de tirano: o que tenta justificar todos os seus atos pelo "bem maior". Vou ser bem direto: vou abandonar essa demanda. E quando me perguntarem o porque, vou dizer que foi porque um membro da própria Seita do Falcão deixou seu cargo juramentado para sabotar uma demanda que beneficiaria sua seita. Como Corax, sou um mensageiro de Gaia. Minhas palavras carregam peso e se espalham rápido. Então mais e mais seitas saberão que Ryo Hayabusa não passa de um traidor e Jun Shen um oportunista. E a única maneira de me impedirem é com violência física, mas... Bem, vocês só pensam no bem comum e cooperação de todos, não é?

Se querem um guia, procurem outro. Lágrima, você é bem-vinda para me seguir em qualquer caminho que eu trilhar. Mas vocês dois que se virem.

Chapeleiro encara os dois Portadores. Sabe que está andando em gelo fino, e está pronto para fugir de qualquer reação agressiva.

*Ouve tudo que Chapeleiro e Lágrima dizem, ele conhecia bem como os Garou ocidentais pensavam, mesmo os Corax devido aos Tengu, e sabia que estava "traindo" a confiança das Seitas dos Caern, pondera, se lembra que os Senhores das Sombras brigaram até a morte pela pedra da Wyld, sabe que é um item maldito e traria discórdia, sabia que estava em sua sacola junto com a Prata. Ouve tudo sobre Honra e que poderia prejudicar a ração já estreita e desconfiança entre a Corte de Jade e os Caern, seria ele culpado por causa de uma pedra idiota, embora Jun tivesse certo, mas percebe que o Corax não faz parte da Litania, portanto, se ele achou, seria dele em principio, depois de muito pensar por alguns segundos encara os dois ali em sua frente e fala a na Língua Garou*

Pois bem... Como você já decidiu, a pedra lhe pertence e saberá fazer o que desejar com ela, faça bom proveito, ao sair do Alcance, nossos caminhos irão se separar, espero que esse evento não prejudique as já estreitas relações de minha Corte com as Seitas, como será Criado um novo Caern, meus anciões Hengeyokai tem interesse nessa ajuda mútua na cidade. Portanto, tome...


*abre o saco, sem olhar, enrola a pedra rapidamente num lenço vermelho, e enrola a pedra bem, para que ninguém ali ficasse "Fascinado" sem querer e entrega na mão de Chapeleiro e completa*

Agora que foi resolvidos, vamos, temos que chegar a Seita das Estrelas, é através deles que iremos para casa e posteriormente, ainda podem precisar deles... Sair da umbra mesmo voando, em seu caso Corax, ainda é perigoso para você e sua companheira. Vamos agora! Perdemos um precioso tempo!

agora para Jun em sua visão o corvo provava ser cego e sem caráter, todos comentários e afirmações que o corvo que acabado de proferir eram baseados em ameaças, calúnias e idéias destorcidas. Para Jun não importava o que dizem ou deixam de dizer dele baseado em corrupção. Ouve tudo que Ryo fala pondera e começa a caminhar, um pouco depois diz
Desculpe-me todos por não ter sido capaz de fazê-los entender que não deveriam ficar com tal item. Mas se vocês dois querem continuar com a pedra, é melhor evitar a Seita das Estrelas, Altair não deixaria passar desapercebido.

Ryo tem razão também em dizer que terão problemas na viagem de volta se forem sem ajuda. Espero que em algum momento a razão volte a cabeça de vocês.

com um tom doce em sua voz Jun se vira para a lupina e continua
E apenas para você Fianna Lágrima de Prata, espero que seu coração possa estar sempre cheio de bondade, mas primeiro siga a litania, ela guiará seus passos quando eles vacilarem.

Jun se volta para Ryo e diz em mandarim

É duro para este ver que permitisse que eles caminhassem pela senda da dor. É nosso dever também mostrar aos menos esclarecidos o caminho correto.
Acha mesmo que deixarmos aquela pedra nas mãos de crianças cegas tenha sido a decisão mais sábia? Independentemente da diplomacia, seremos duramente reprimidos por todos.
Jun fica com um semblante triste e preocupado olhando para seu irmão continuando pelo caminho

*depois de entregar a Chapeleiro a Pedra da Wyld enrolada num Lenço Vermelho, guarda a mochila de volta no corpo, por estar dedicada, vira-se para a trilha, ela ainda é iluminada pela Iluminação vinda do objeto do Corax, segue andando e responde a Jun em Mandarim*

Essa pedra foi um erro acha-la, dois Garou morreram pela cobiça e não cheguei até aqui para ver esse erro se repetir, ela não deve ser mencionada aos anciões da Corte, não é nossa e não veio conosco, que seja usada como quiser pelo Corax, ainda saberemos um dia seu destino, se é para o bem ou para o mal, até lá, mantemos segredo entendeu?

*segue andando pela trilha, não via a hora de sair do Alcance da Wyld*

Chapeleiro pega a pedra devidamente embrulhada e a guarda nos recessos de seu casaco, depois, pega sua Lasca de Hélios no chão.

Vocês não me deixaram terminar. Se Ryo acatou minha decisão, não vejo problema em trabalharmos juntos. E mantenho minha palavra de que a pedra terá o melhor destino que for julgado por todos nós.

Vendo que os Portadores continuam se afastando mesmo depois da sua oferta, Chapeleiro grasna um...

Ora, então vão se foder, almas-podres.

...na língua dos corvos e se volta para Lágrima.

Peso extra removido. Vamos seguir?

*depois de algum tempo todos chegam ao fim do Alcance da Wyld, as árvores se abrem, revelando as nuvens, para toda parte que se possa ver, nuvens e nuvens, e ao longe, um tipo de construção presa com correntes as nuvens, e passando além dela, uma trilha dourada que leva até o Reino de Hélios, no céu, um azul escuro cheio de estrelas e pássaros, muitas criaturas aladas voando nos céus do Reino Etéreo*

*Para Chapeleiro e Lágrima, se seguirem a trilha dourada, podem continuar no Reino Etéreo como está*

*Para Ryo e Jun, outra trilha, prateada leva até a montanha de nuvens e lá uma grande castelo com torres, ali fica a Seita das Estrelas*

Jun segue em direção à seita das estrelas e se despede
Aqui então partimos nossos caminhos. Boa sorte.

*olha para trás e sem dizer nada, segue para a trilha prateada*

Oh sim. Boa sorte com seu novo caern.

Segue pela trilha dourada cantarolando.

Goodbye, yellow brick road...

Depois de muito tempo, muita discussão, finalmente conseguiram a pedra, não gostava de discussões, muito menos de ingratidão. E aqueles dois, se continuassem agindo daquela maneira, tudo para benefício próprio, não teriam muito sucesso no novo caern. Mas no fundo a lupina desejava que eles tivessem toda a sorte do mundo, e que Gaia abençoasse a sua demanda.

Por alguns instantes, fica em silêncio, apenas observando os dois se afastarem, não se despede, não lhes dirige a palavra, muito já tinha sido proferido, e se afastar deles era um alívio.

Ao lado do corax, ela prosseguia o caminho, e depois de muito tempo quieta, fala calmamente com ele.

- Sabe Chapeleiro, eu fico realmente triste com a ingratidão e a ganância nesse mundo. Usar a litânia para ganhar benefícios próprios não é uma das melhores maneiras de cativar aliados a um caern que ainda será criado.

Chapeleiro começa a andar ao lado de Lágrima com as mãos nos bolsos. Não queria admitir, mas toda a experiência deixou um gosto amargo na boca.

Bem, vá se acostumando... Muita gente não gosta dos Corax, sabe? Claro, quase todos respeitam, e ninguém é doido de criar inimizades com nós, porque nosso serviço é valioso, mas ainda assim são poucos que gostam mesmo. Somos agourentos, só trazemos más notícias, somos barulhentos... a lista não para. Acredita que depois de eu enfrentar um castelo inteiro de Lunos para os dois que entraram de gaiato na história ainda tenho que ouvir que sou egoísta? Mas nossas Leis estão aí pra isso. O que importa é que o trabalho seja feito, não quem vai nos odiar depois. Se vão sair dessa com material para fazer um caern, Gaia sai ganhando. O engraçado é que nossos maiores amigos são as duas Tribos de Garou que mais gostam de lutar. A sua e os Crias de Fenris.

Escutando Chapeleiro, a lupina muda para a sua forma hominídea, se aproxima dele, engatando um de seus braços no dele e encostando sua cabeça no ombro dele por alguns segundos, depois continuava andando de braços dados normalmente.

- Não entendo, realmente não entendo...

Ela olhava para a frente, como se estivesse pensando em alguma coisa.

- Não conheço muitos garous, mas os que conheci, pude tirar algumas pequenas conclusões. E pra falar a verdade, por enquanto, não conheci ninguém mais honrado, leal, gentil, do que o Chapeleiro de Penas, um Corax, que prontamente aceitou ajudar uma filhote em seu chiminage.

Aperta o braço dele mais um pouco, sorrindo gentilmente.

- É uma honra tê-lo como meu amigo e companheiro nessa demanda. Não ligue para os outros, eu não o considero como agorento, pelo contrário, sempre ficarei feliz com a sua chegada.

A proximidade de Lágrima consegue levantar o astral de Chapeleiro, e ele abraça a Fianna quando ela engancha o braço com o dele. Quando ela termina de falar, Chapeleiro, normalmente pálido como cera, está visivelmente vermelho.

Olha... Você não faz ideia de como a vida seria mais fácil se as pessoas, e os Garou, fossem um terço do que você é, Lágrima. O que eu disse mais cedo não foi exagero: qualquer que seja o caminho que eu trilhar, você é bem-vinda.

Essa chiminage não é uma obrigação, está sendo um prazer!

Sorri, sem graça mas feliz.

Ela pára quando termina de escutar as palavras do corax, da uns passos, ficando na sua frente. Segura em suas mãos e sorri alegremente.

- O prazer é todo meu, além de eu ter sido adotada, pude ter a chance de te conhecer melhor. Não sei o que nos espera daqui pra frente, mas tenho certeza que vamos conseguir. E depois que nossa demanda acabar, não queria ficar muito tempo longe de você.

Fica um pouco vermelha, mas depois que termina de falar, abraça o corax com carinho, dando um beijo em seu rosto, e em seguida continua o caminho, de braços dados com ele.

- To com fome, desde que comi na Torre no caern, não comi mais nada. Vamos parar um pouquinho?

Chapeleiro aperta as mãos de Lágrima e olha fundo nos olhos dela. Parecia relutante em largar ela, até que se recompõe.

É... estamos há um tempo sem comer, né? Eu fiz um lanchinho, mas isso não conta.

Não se preocupe, minha dama, hora de jantar à luz das estrelas. Os humanos gostam disso, eu acho.

Senta no chão e começa a remexer na mochila dada por Amon, tirando uma toalha e algumas latas de comida.

Os segundos que Chapeliro a olha fundo nos olhos, parecem intermináveis, como se nada a sua volta existisse, seu coração, inexplicavelmente começa a bater mais rápido, e sua face fica quente, vermelha. O que será que estava acontecendo? Nunca tinha se sentido assim.

Ainda meio desnorteada, senta no chão e ergue a cabeça, olhando as estrelas e sorrindo. Tudo aquilo a deixava mais calma, fazendo esquecer dos momentos de tensão que teve ainda a pouco. Ela olha para o corax, com carinho e sorrindo. *

- Acho que não apenas os humanos, digo com certeza que os lupinos também adoram jantar a luz das estrelas. Não há melhor sensação! O vento, a liberdade, até mesmo os perigos da mata aberta, é um misto de emoção e sentimentos, que só quem cresceu no meio de tudo isso pode descrever todas as maravilhas.

*Ela deita no chão, com as mãos atrás da cabeça, olhando as estrelas e sorrindo. Depois de um bom tempo, fecha os olhos, apenas sentindo o vento que batia leve.*

*Chapeleiro e Lágrima já estava acordados a mais de 24 horas, o cansaço começa a tomar conta do dois*

Nem percebe quando Chapeleiro termina de abrir as latas de comida. Só percebe quando ele deita ao seu lado, então ela vai até a comida e sacia a sua fome. Quando se vira, ia falar alguma coisa com o corax, mas percebe que ele já adormecera.

Ela sorri olhando ele dormir, se aproxima devagar e da um beijo em sua testa, não sabia o que estava fazendo, mas era algo instintivo. Já cansada, deita do lado dele, olhava para céu, pensativa, até que adormece.

*Lágrima e Chapeleiro dormem, tem um sono tranquilo, pela manhã acordam com sons estranhos, e o sol iluminava o céu estrelado e os dois notam muitos Pegasus próximos dali, parece que estão reunidos por algum motivo, eram uns 30*

Ao acordar, Chapeleiro percebe que tinha dormido com um braço em volta de Lágrima. Antes que possa pensar na situação, um bufado chama sua atenção. Olha interessado para os Pégasos e começa a se levantar.

Olha só, Lágrima, acho que vai gostar disso!

Assim que escuta a voz do corax, abre os olhos devagar, mesmo com o sono tranquilo, ainda estava cansada, os últimos dias tinham sido puxados. Ela senta e começa a observar os lindos cavalos alados. Seus olhos se abrem ainda mais, a visão era muito linda, nunca tinha visto nada igual.

Aproxima-se um pouco mais de Chapeleiro, falando baixinho, não querendo ser notada.

- São lindos! Mas o que eles são? E são perigosos ou amigáveis?

Fica de pé e começa a espreguiçar com um sorriso no rosto.

São pégasos, cavalos alados.

São aliados, de certa forma. Muito mais seus do que meus.

Pigarreia

Acho melhor te contar uma história:

Há muito, muito tempo atrás, mitos andavam sobre Gaia. A Película era fina, então não era incomum ver espíritos de todo tipo andando pela terra. Era nessa época que o Pégaso, não um como esses, mas o verdadeiro Incarna, andava pelo mundo. Agora, se me perguntar o que exatamente aconteceu, eu não sei. Provavelmente só o próprio Pégaso sabe. Mas a história dele chegou aos ouvidos de quem morava no lugar, um país chamado Grécia, e esse mito tem andado pela boca dos homens desde então, e parece que se aproxima o suficiente da verdade.

Se for contar tudo, não saímos daqui hoje, mas o resumo da história é que um humano matou uma criatura que se chamava Medusa, uma mulher cujo olhar transformava homens em pedra. Esse herói, chamado Perseu, a matou cortando sua cabeça, e do seu pescoço vazio, saiu um cavalo alado.

Agora é a parte interessante. Todos os homens queriam o Pégaso para si. Domar uma criatura tão magnífica, melhor do que qualquer cavalo, faria de qualquer um, um herói. Isso é para você ter ideia do quanto asas causam uma boa impressão.

Pisca o olho

Mas o Pégaso era um garanhão temível. Completamente selvagem, derrubava, quando não matava, todos que se aproximavam dele. Até que um dia um homem, chamado Belerofonte, usou um arreio mágico para prender o cavalo alado, e quando conseguiu prender ele, o castrou. E com isso, conseguiu domar o indomável, se tornando um herói em lendas contadas até hoje...

Se formos olhar a história com nossos olhos, ela fica um pouco diferente. Pégaso é a Wyld, selvagem e indomável, e Belerofonte é o Homem, a Weaver, que controla o incontrolável. O fato é que Pégaso, O Pégaso, é o totem das Fúrias Negras, assim como o Cervo é o seu e o Corvo o meu. As Fúrias Negras são uma Tribo só de mulheres, e elas vêem nessa história a luta eterna do Homem para domar e controlar tudo que é feminino, selvagem e tal.

Então... resumo da ópera, pégasos não gostam muito de homens, mas gostam de mulheres.
Então se importa de conversar com eles enquanto eu só olho?

Muda para sua forma de corvo e pousa no ombro de Lágrima.

*Havia mais de 30 deles ali, de muitas cores, brancos, negros, marrons e outros amarelados e avermelhados, mas todos com asas, lindas e emplumadas*

Prestando atenção em cada palavra que o corax falava, não deixa de esboçar um sorriso de canto de boca quando o mesmo pisca o olho para ela.

Conforme a narrativa vai avançando, levanta-se, olhando os pegasus, lindos, magníficos. Mas tinha algo além das asas que chamavam a atenção, talvez uma aura diferente, uma certa luz. Quando Chapeleiro pousa em seu ombro, ela passa um de seus dedos pela sua asa, e sorrindo fala.

- Não são apenas as asas importantes. De que adianta ter asas, se não sabe para onde voar? Eu valorizo mais isso aqui.

Bate de leve com um dedo na cabeça do pequeno corvo e se encaminha lentamente na direção dos pégasus, não querendo espantá-los, fica em uma distância que eles possam ouvi-la, mas que não se assustem.

- Com licença, bom dia!

*Um dos Pégasos, de cor Negra, observa Lágrima, ele se aproxima e diz na língua dos Espíritos*

Está longe de casa Garou... O que faz aqui com o Corax?

*A lupina observa a beleza do pégaso, suas asas com plumagem perfeita, músculos fortes, e com muitos deles reunidos, impossível não ficar encantada com tamanha beleza. Assim que ele a questiona sobre o que estava fazendo ali, abre um sorriso e se aproxima um pouco mais, e na língua dos espíritos o respondendo calmamente.*

-Eu vim cumprir uma chiminage. Tive a minha primeira mudança a pouco tempo, aprendi algumas coisas com alguns espíritos lá no caern dos três, e eles me pediram para conseguir pedras da trilha, como nunca tinha vindo aqui, o corax, veio me ajudar.

*Ela olha mais um pouco para o pégaso, admirada.*

- Vocês são criaturas magníficas! Nunca pensei que pudesse existir tamanha beleza.

*O Pégasos observa e responde*

Sim, estamos fazendo um encontro aqui no Reino Etéreo, mais tranquilo que lá embaixo com tantas criaturas Malditas, poucos reinos como esse são Imaculados... Um Chiminage? Hum. Então já cumpriram todo ele?

*A lupina se aproxima mais um pouco, ergue uma das mãos com cuidado, mostrando ao pegasu.*

- Posso?

*Faz menção de toca-lo, estava sorrindo toda alegre, em pouco tempo tinha conhecido muitas coisas novas, coisas que jamais imaginava existir. A sua visão de mundo, nunca mais será a mesma, deveria aprender a lidar com tudo, inclusive com espíritos livres como os pegasus.*

- Isso, chiminage. Na verdade, cumprimos apenas uma parte, tivemos nossa audiência com Sokhta, agora estamos indo atrás de pedras do sol, em Hyperion. O caern dos três está precisando muito dessas pedras, ah, e eles me pediram algo a mais.

*Ela pega na mochila, a pedra que Amon lhe dera, para armazenar gnose, mostrando na palma da mão para o pegasu.*

- Me disseram, que eu tinha que conseguir gnose. Bom, eu mudei a pouco tempo, não entendo muito bem sobre essas coisas, embora tenham me explicado, ainda é difícil para a minha compreensão. Mas eu sei que não pode ser nada forçado, tem que ser doado de bom coração. Dessa forma, nosso caern poderá se fortalecer contra as ameaças terríveis contra nossa mãe Gaia.

*Ainda com a mão estendida, sem demonstrar afobação, muito menos uma feição ameaçadora, pelo contrário, tinha o corax em seu ombro, um sorriso no rosto e uma alegria contagiante.*


- Eu ficaria muito honrada se pudessem me ajudar, se pudessem me ajudar a proteger o caern, um ponto de refúgio aos filhos de Gaia, como disse, não entendo muito, me corrija se eu entendi errado, mas caso aceitem me ajudar, uma parte de vocês irá nos ajudar a proteger a nossa gente, a nossa querida mãe, através da sua energia.


*Ela olha o cavalo alado nos olhos, estava tranquila, tentou o que podia, se não desse certo, teriam que tentar com outro espírito que encontrassem.*

*O Espírito, faz um sinal para os demais Pégasos se aproximarem, e diz*

Está Garou, deseja algo, e iremos a ajudar meus amigos...

*olha novamente Lágrima e diz*

Me diga, como devo te ajudar com minha Gnose? Assim, ajudar seu Caern!

Tinha dado certo, com tanta alegria, a Fianna da um rodopio no ar, cantalorando, toda alegre. Quando os outros pegasus se aproximam, ela se ajoelha na frente do que estava falando com ela, aproximando a pedra dele.

- Bom, o theurge da seita me disse, que bastava aproximar a pedra do espírito, e assim ele iria transferir a gnose para a pedra, que a guardaria.

Ela olha no fundo dos olhos do pegasus, sorrindo.

- Mais uma vez, muito obrigada pela ajuda.

*O Espírito diz*

Coloque a Pedra no Chão após ativa-la, assim, cada um de nós fará isso, lhe auxiliando, apenas tem esta Pedra?

Solta um pigarro e pousa, mudando para a forma Hominídea, tirando a sua caixa da mochila.

Com licença, colegas do ar. Estou acompanhando minha amiga na chiminage dela, e também tenho minha cota para cumprir.

*O Pégasos observa Chapeleiro e diz*

Normalmente, não falamos com machos, mas, não temos problemas com os Corax, apenas Humanos Machos e Crias de Fenris... Mas, seja bem-vindo ao Reino Etéreo, chegaram a pouco?

Ora, isso é muito, muito bom de se saber. É difícil saber exatamente há quanto tempo estamos aqui, mas deve ser um pouco mais de um dia.

*Os Pégasos começam em fila, se aproximam e tocam com a pata a pedra, era incrível, parece que ela se ativa sozinha ao toque dos espíritos*

*a primeira pedra foi completamente carregada, e os espíritos aguardam que seja colocada a segunda*

*Os espíritos repetem a fila os que ainda não foram, e depois finalmente, as duas pedras estão carregadas*

A lupina ainda abaixada, observava com atenção e admiração como as pedras se ativavam sozinhas. Quando as duas pedras já estavam carregadas, ela ergue a cabeça, se levantando, coloca uma mão no peito e faz uma reverência.

- Muito obrigada! Com a ajuda de vocês, nobres pegasus, nosso caern vai ficar fortalecido. Mais uma vez, obrigada.

Ela se abaixa e pega com cuidado a pedra que lhe fora designada, guardando novamente na mochila.

*O Pégasos Negro olha Lágrima e Chapeleiro e diz*


Temos que ir agora... Obrigado pela companhia, tenham uma boa sorte!

*levanta voo*



*depois que ele levanta voo os demais seguem-no*

Faz uma reverência aos espíritos que tanto os ajudaram, e depois guarda novamente sua oedra.

Obrigado, espíritos. Se a necessidade surgir, a Seita dos Três sempre estará de portas abertas ao Pégaso e sua ninhada.

Após ver os cavalos levantando vôo, fala com Lágrima

Vou confessar, isso saiu bem melhor do que eu poderia imaginar.

A visão deles levantando vôo, deixa a lupina completamente fascinada. Com um largo sorriso, se levanta e olha para Chapeleiro, colocando a mochila nas costas.

- Achou que encontraríamos problemas? Bem, no começo eu também achei, mas ainda bem que deu tudo certo.

Com tudo guardado, ela olha para a frente e continua.

- Bom, e agora, continuamos esse caminho dourado?

Ela se aproxima, ficando ao lado do corax, o olha nos olhos por alguns instantes, seu sorriso era meio sarcástico.

- Eu disse pra você, que isso aqui - Bate com o dedo na cabeça dele devagar - é muito importante. Não sei o que fizemos de certo, mas conseguimos. Somos ou não somos uma boa dupla hein?

Bem, todo espírito é imprevisível. E pégasos têm aquele problema com homens, né? Francamente, corvos ficam juntos pela vida toda e se revezam para cuidar dos filhotes, não sei o que poderiam falar de mim.

Sorri com a frase de Lágrima

Não somos uma boa dupla. Somos a melhor.

Lágrima pára por alguns instantes, olhando mais séria para Chapeleiro.

- Você tem filhos? Ou uma...como é a palavra...

Parece procurar o termo correto, pensativa, e depois de alguns instantes se lembra, o olhando meio aflita, continua.

-...uma companheira?

Chapeleiro fica um quê aflito com a pergunta

Quem, eu? Gaia, eu pulo de maluquice em maluquice, não fico quieto muito tempo, não fico parado muito tempo, eu não...

Bem, digamos que ninguém nunca me aguentou por muito tempo seguido.

Começa a torcer as mãos uma na outra, e olha Lágrima de lado

Bem... eu imagino que este é um problema que você não deve ter, né?

Ela abre um sorriso carinhoso com a resposta do corax, vendo que ele torcia as mãos, dá dois passos na direção dele e a segura, olhando para a forma da mão, e como a pele era macia na forma de macaco.

- Não entendo como ninguém até hoje não quis ficar ao seu lado.

Ergue o olhar para ele, ainda sorrindo.

- Eu? Não, não, sempre vivi com os lobos, mas nunca ninguém me deu atenção, aliás, não tinha muito o que conversar com eles, ninguém me entendia, eu era a 'esquisita' da alcatéia.

Ainda segurando a mão dele, entrelaço os dedos, observando a forma das mãos.

- É engraçado, como a sua mão é macia.

Chapeleiro entrelaça suas mãos nas de Lágrima. Seu sorriso parecia carregar um pouco do brilho do sol, de que tanto falava.

O bom de nós "esquisitos", é que sempre estamos em casa um com o outro.

Se inclina e beija Lágrima de Prata nos lábios. Após alguns instantes, se afasta.

Minhas mãos não são a única coisa macia...