Fórum dos Presas de Prata

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    Data de inscrição : 19/04/2015

    Lara Cavalieri “Olhos-da-Sombra” - PC Empty Lara Cavalieri “Olhos-da-Sombra” - PC

    Mensagem por Lara Cavalieri Seg 20 Abr 2015 - 23:13

    Nome: Lara Cavalieri “Olhos-da-Sombra”
    Tribo: Sombra Descarnada
    Augúrio: Ithaeur
    Conceito: Garçonete
    Virtude: Fortaleza
    Vicio: Orgulho
    Experiencia:


    Atributos.(5/4/3)

    Físicos. (3)

    Força: 2
    Destreza: 2
    Vigor: 2

    Mentais. (5)

    Inteligencia: 3
    Raciocínio: 2
    Perseverança: 3

    Sociais. (4)

    Presença: 2
    Manipulação: 2
    Autocontrole: 3

    Tamanho: 5
    Defesa: 2
    Iniciativa: 5
    Deslocamento:9
    Blindagem: (Vide Blindagens).
    Percepção:5
    Harmonia: 7
    Essência:
    Vitalidade: 7

    Renome:
    Glória:  -
    Honra: -
    Pureza: 1
    Sabedoria:  2
    Sagacidade: -



    Habilidades.(11/7/4) (+3 Especializações).

    Mentais. (11)

    Investigação: 2
    Medicina: 3 (Primeiros socorros)
    Ocultismo: 4 (Espíritos):

    Físicos. (4)

    Briga: 1
    Condução: 1
    Dissimulação: 2 (Camuflagem)

    Sociais. (7)

    Astúcia: 2
    Expressão: 1
    Intimidação: 2
    Trato com Animais: 2

    Rituais 1
    Dedicação

    Dons
    Olhos em dois mundos ( * Lua Crescente – 7 xp)
            Apesar de serem criaturas de dois mundos, os Uratha conseguem existir somente num ou noutro. Sua visão atravessa de um para outro, passando pela fronteira que os separa, mas isso ainda é algo do tipo tudo ou usada. Os Ithaeur, entretanto, conseguem enxergar através da linha que separa os dois mundo sem sacrificar a percepção que tem de um ou outro. Com um dos olhos, o lobisomem vê o mundo físico, ao passo que, com o outro, ele enxerga o que acontece na área correspondente da Sombra. O olho que vê o mundo onde o lobisomem não se encontra no momento é velado por um azul anil intenso, com o céu noturno iluminado por pontinhos de luz estrelar.
            Somente a visão do lobisomem se estende através do Dromo quando este Dom é ativado, mas ele não fica sujeito a penalidade por ter sua atenção dividida. O efeito persiste durante um número de turnos igual ao número de sucessos obtidos pelo jogador. A presença ou a influência de um lócus não afeta o emprego deste Dom.
            A utilização deste Dom não alerta os personagens do outro lado do Dromo para o fato de que são observados. Os efeitos corriqueiros que prejudicam a visão do personagem (como a luz de um flash na cara, a fumaça de uma granada especial, ou a mera escuridão) impõem a mesma penalidade de praxe enquanto o personagem tem sua atenção dividida.
            Êxito: O personagem vê e entende o que está acontecendo dos dois lados do Dromo e sem penalidades.
            Êxito excepcional: Além da visão, o personagem também consegue dividir seu olfato ou sua audição entre os dois lados do Dromo.

    Leitura Espiritual (** Lua Crescente)
            Os servos espirituais de Luna veem e sabem muito mais do que aparentam, e o Ithaeur sábio pode obter para si uma parte do conhecimento de seus aliados Ithalunim. Como recompensa por essa sabedoria, os espíritos do Coro da Lua Crescente compartilham as informações que porventura possuam, cantando num murmúrio alto e cadenciado que somente o usuário deste Dom consegue ouvir.
            Com o investimento de um ponto de Essência e a obtenção de um sucesso no teste de Inteligência + Ocultismo + Sagacidade, o lobisomem ouve uma voz interna, semelhante à dos etéreos Ithalunim. A voz revela o nome, o tipo e o posto do espírito que é investigado. A cada sucesso adicional depois do primeiro, obtém-se mais um fato pertinente. Por “fatos pertinentes” entenda-se a pontuação de Poder, Refinamento ou Resistência do espírito; sua Força de Vontade; sua Essência; seu Deslocamento; ou quais Numes ele conhece (à razão de um Nume por sucesso). Essas revelações se expressam sempre em termos inteligíveis para o personagem. O Dom revela que um espírito tem “uma força de vontade excepcional”, e não que ele tem “Força de Vontade 9”. Este Dom só pode ser usado uma vez com um determinado espírito no decorrer de uma cena.
            O jogador que interpreta o Ithaeur decide quais fatos serão revelados pelos sucessos. Se o Ithaeur tiver uma sorte excepcional, o luno também poderá revelar um fato ainda mais interessante a respeito do espírito. Entre esses fatos, temos: o que o espírito estava fazendo num momento específico, que tipo de interdição ele exige dos lobisomens que o procuram, que idiomas ele fala além da Primeira Língua ou que atitude obscura pode ofendê-lo.
            Por outro lado, se o jogador quiser interpretar o emprego deste Dom como uma cena de verdade e se houver um Luno no Ithalunim disponível, você poderá optar por fazer o Luno responder honestamente uma pergunta para cada sucesso obtido no teste de Inteligência + Ocultismo + Sagacidade. No que toca à cena, presume-se que o Luno em questão saiba as respostas para as perguntas do lobisomem. No entanto, fazer com que o Luno responda de fato é uma questão que caberá à interpretação e aos testes com os dados.
            O espírito a ser “lido” não precisa se encontrar sob o poder do lobisomem e nem mesmo estar presente para este Dom funcionar, mas o Ithaeur precisa ter tido ao menos alguma experiência pessoal com o espírito a fim de invocar este Dom (uma cena com qualquer tipo de interação já basta para um espírito ausente). Se o Ithaeur tiver apenas lido a respeito ou ouvido falar de um determinado espírito, seu conhecimento não ajudará em nada.
            Este poder não fornece informações a respeito de fantasmas ou seres sobrenaturais que empregam algum poder para se tornar imateriais (como os vampiros que usam a Projeção Crepuscular). Tampouco traz informações sobre lobisomens, Beshilu, Azlu ou outras criaturas parte matéria, parte espírito.
            Custo: um ponto de Essência
            Parada de dados: Inteligência + Ocultismo + Sagacidade.
            Ação: instantânea

            Êxito: O Dom revela o nome do espírito (se é que ele tem um nome próprio), o tipo e o posto, bem como mais um fato para cada sucesso adicional depois do primeiro.
            Êxito excepcional: Idêntico ao êxito normal, e o luno revela um fato específico a respeito do espírito, algo que talvez seja pertinente ao enredo da história.

    -Odor da mácula (** Intuição)
            O cheiro de influência sobrenatural emana de seres que ultrapassam a experiência humana e terrena. O lobisomem que conhece este dom consegue detectar a presença de seres sobrenaturais. Especificamente, o usuário é capaz de perceber, em sua vizinhança, poderes que desafiam a ordem natural dos mundos físicos e espiritual, de modo que vampiros, ghuls, magos, Sonâmbulos e seres dotados de ou impregnados com capacidade sobrenatural ficam evidentes. O Odor da Mácula não indica nem diferencia - e não pode ser usado para reconhecer - nenhum Uratha nem pessoas de sangue lupino. Tão pouco pode ser usado para detectar objetos ou lugares sobrenaturais.
            Usar este Dom para rastrear um ser sobrenatural oferece um bônus de +2 aos testes realizados com essa intenção
            Aconselhamos o Narrador a fazer os testes de ativação pelos jogadores para preservar a sensação de mistério que envolve as criaturas próximas, dependendo dos êxitos ou das falhas obtidas.
            Custo: nenhum
            Parada de dados: Raciocínio + Ocultismo + Pureza.
            Ação: instantânea (é preciso procurar intencionalmente os alvos; ele não são detectados simplesmente por estar nas vizinhanças ou passar por perto).

            Êxito: O personagem reconhece o odor de algum ser estranho nos arredores. A criatura precisa estar num raio de dez metros para cada círculo de Raciocínio possuído pelo usuário para ser detectada. É possível fazer um teste por turno para determinar se a criatura continua presente ou se deixou a vizinhanças. Não se pode determinar a natureza extra do ser nem sua identidade específica caso o usuário do Dom se encontra cercado por uma multidão.
            Êxito excepcional: É possível reconhecer o indivíduo “diferente” em questão, mas não será possível determinar sua identidade especifica como criatura sobrenatural - vampiro, mago ou outra coisa.
            Se um ser sobrenatural usar algum poder para ocultar sua presença ou verdadeira natureza, será necessário um teste disputado entre o uso desse poder e o teste de ativação deste Dom (o teste é uma ação reflexa para o alvo). Em caso de empate ou se o alvo obtiver o maior número de sucessos, ele passará despercebido. O poder só funciona no mundo material e não consegue detectar espíritos desencarnados nem fantasmas aprisionados deste lado do Dromo. Se esse espíritos ou fantasmas se apossarem de hospedeiros e concederem-lhes habilidades mágicas, esses indivíduos poderão ser farejados.



    Qualidades.

    Idiomas ( 1 ponto – Primeira Língua)
    Inteligência + Expressão contra Inteligência + Erudição para convencer que falante nativo, 1 ponto para cada língua estrangeira.

    Memória Eidética (2)
    Não faz testes para recordar de algo que já vira ou lera em detalhes ou ganha +2 de bônus em Inteligência + Autocontrole (ou + Erudição) para lembrar de um fato obscuro ou experiência passada em uma situação de pressão. Só disponível na criação do personagem.

    Fetiche – Olho Madeira (1 ponto)
    Apoiado contra uma superfície sólida, mas ainda numa das mãos de um uratha, este olho pinheiro permite que o usuário enxergue através de trinta centímetros de matéria. Esse efeito dura dois turnos (6 segundos), o suficiente para se fazer uma idéia geral do que jaz do outro lado de uma porta ou cofre, mas não pode usá-lo para enxergar através do Dromo. Esse efeito não proporciona iluminação. Esse fetiche é feito de um pequeno nó escavado de pinheiro. Pode ser habitado por qualquer espírito do Coro de Utensílios. Olho da Madeira pode ser usado uma vez por cena.
    Ação: Instantânea em cada turno o qual é usado.
    Fonte: O Mundo das Trevas – Os Destuídos, Livro Básico, página 206.

    Consciência Holística (3)
    Inteligência + Medicina - Sucesso, o tempo de recuperação de um paciente reduz pela metade.


    Defeitos(não obrigatório).
    - Surtos de esquizofrenia

    Instinto Primitivo: 1
    Força de Vontade: 6
    Essência: 7
    Moralidade: 7


    Última edição por Lara Cavalieri em Seg 20 Abr 2015 - 23:23, editado 1 vez(es)
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    Lara Cavalieri “Olhos-da-Sombra” - PC Empty Re: Lara Cavalieri “Olhos-da-Sombra” - PC

    Mensagem por Lara Cavalieri Seg 20 Abr 2015 - 23:22

    ***Por de trás das cortinas de veludo***

    Em uma noite especialmente diferente, as brumas cobriam parte do solo, raios e trovões podem ser ouvidos ao longe, anunciando que logo uma tempestade assolaria aquelas terras, dos ventos fortes, assobios e sussurros aterrorizantes, e a menina, de olhos grandes e coração apertado, se encolhia no canto do quarto, tapando os ouvidos e como uma mantra repetia murmurando.

    - Não vão me pegar, não vão me pegar, não vão me pegar...

    Mas conforme a noite ia avançando, as brumas foram embora, dando lugar para uma imensa tempestade. A água batia com força nas paredes de fora, e cada batida, cada raio e trovão, era um grito de desespero da pequena. Vozes, imensas vozes torturavam a sua cabeça, com avisos macabros, muito mais cruel que contos para criança dormir.

    Os pais da menina invadem seu quarto, e a vêem conversando com as sombras, em um estado quase catatônico, murmurando sozinha, com as mãos no ouvido e de vez em quando bravejava ameaças em resposta a uma pergunta que só ela escutava.

    - NÃO VÃO ME PEGAR, EU JÁ DISSE, ME DEIXEM EM PAZ...me deixem em pa..

    A exaustão levou testou todos os limites da menina, a pequena Lara, das sombras, um último assobio, que arrepiou o corpo dos pais da criança.

    - Lara, Lara...minha pequena, acorde minha estrelinha.

    Abrindo os olhos, a menina percebe o face de sua mãe, mas ela estava cansada, o seu rosto molhado em lágrimas, e embora as palavras dela fossem doces e amorosas, Lara podia ver o medo estampado naqueles olhos, mas seria medo das sombras, assim como ela tinha, ou estava com medo da própria filha? Ao tentar se levantar, a menina percebe que está amarrada, em uma maca, não estava em sua casa, o desespero toma conta do corpo e alma dela.

    - Mãe, onde eu estou? Vocês...vocês não podem me deixar aqui...eles, eles...eles falaram que iriam me pegar, e o único lugar seguro é o meu quarto, se eu não ficar lá, eles vão me atormentar demais mãe..

    A menina forçava as amarras com todas as suas forças, mas era inútil, sua mãe, aos prantos, apenas observava a sua filha, e em desespero, dá as costas e sai correndo, não aguentava ver aquela cena. Os enfermeiros a sua volta, começam a dar uma injeção para acalmá-la, mas a princípio, parecia que só a agitava mais.

    -MAMÃE, NÃO ME DEIXE AQUI, MAMÃE, MAMÃEEEEE, ELES VÃO ME PEGAR.

    Já sem forças e com o sedativo fazendo efeito, ela entra em um sono profundo, totalmente entregue as sombras e o que as move.

    ***O despertar da Fera***

    Desde criança, teve que aprender a lidar com as situações inusitadas que ocorriam na sua vida. Toda noite, os sussurros dos ventos, os trovões, e até mesmo a brisa mais leve, atormentavam uma mente já sem força para resistir. Todos os médicos que passou, a diagnosticaram com esquizofrênia, além dos laudos, inúmeras internações em clinicas psiquiátricas.

    O seu tratamento era caro demais, seu pai, tinha dois empregos para conseguir mantér a filha nas clínicas, sua mãe, lavava, passava e fazia faxinas em outras casas, e toda a renda que conseguiam, investiam no tratamento de Lara, pois tinham esperança que ela um dia iria melhorar.

    Cansada de ver o esforço em vão de seus pais, e crente que era uma louca, de fato, começou a ficar em silêncio, não comentava com mais ninguém sobre do que via e ouvia, sofria em silêncio, mas daria uma folga a seus pais. Com a súbita ‘melhora’, voltou para casa, já estava mais velha, mais cansada e acostumada com aquelas crises fortes.

    Mesmo em casa, tornou-se uma pessoa introspectiva, não conversava com ninguém além do necessário, voltou aos estudos, teve uma infância normal, dentro de suas especificidades.

    Quando fez dezoito anos, conseguiu um emprego em uma lanchonete, como garçonete e faxineira, não ganhava muito, mas era o necessário para manter um pequeno quarto com banheiro e se alimentar. Não conseguia mais morar sob o mesmo teto de seus pais, e além do mais, as vozes tinham cessado por um tempo, ela estava bem.

    O tempo passa, e Lara percebe que uma mulher com silhueta ésguia sempre vinha a lanchonete, pedia um café e um bolinho de carne, mas enquanto estava por lá, ela seguia a garçonete com os olhos por onde quer que fosse. Dias depois, percebe que sempre quando esta a caminho de casa, alguns cachorros a seguem, e atrás dela, uma sombra desconhecida.

    Até que um dia, ela entra em seu pequeno quarto, mas muito bem organizado e limpo, fecha a porta e olha pela soleira, e os cachorros faziam plantão em sua porta, mas quando acende a luz e vira-se, dá de cara com a mulher de cabelos negros como a noite e um sorriso macabro.

    - Boa noite estrelinha, ansiava por este momento há muito tempo, mas tive que aguardar o momento correto. Era assim, não era, que sua mãe a chamava, estrelinha? Não, não se apavore e não grite, não lhe machucar, vim para te explicar algumas coisas.

    Mesmo com o aviso da mulher, Lara se apavora e pega uma tesoura que tinha próxima da escrivaninha, e em um ataque de fúria e desespero, ela avança contra a mulher, era um ataque por todos os anos de frustração, angústia e sofrimento. Mas em um movimento rápido, a mulher retira a tesoura da mão de Lara e a joga imobilizada na cama. Com um joelho em suas costas e a tesoura próximo de seus olhos, ela fala murmurando.

    - Eu disse que não iria lhe machucar, e não vou. Mas eu terei que me defender caso você surte novamente. Estamos entendidas, estrelinha?

    Mesmo a contra gosto, não tinha muito o que fazer, visto que a mulher era incrivelmente rápida e sabia se defender, restava apenas aguardar e ver o que aconteceria. Lara relaxa o corpo, balançando a cabeça em sinal de positivo para a mulher.Ela afrouxa o joelho das costas da garota e senta-se novamente, com a tesoura nas mãos.

    - Sábia escolha, estrelinha. Ora, esse negócio de estrelinha não combina com você, definitivamente não. Tem um ar soturno, instropectivo, e estrelas brilham, exalam uma segurança, no momento adequado, ajustaremos esse nome. Pois bem, eu me chamo Olivia, e esta noite estou aqui para lhe auxiliar, te explicar tudo o que ocorreu durante a sua vida inteira. Mas é melhor aguçar a sua curiosidade, assim você irá precisar da minha ajuda, e não vai recusar.

    Ela faz uma pausa, olha por cima dos ombros e ergue a cabeça, como se estivesse farejando algo no ar, levanta-se e abre a porta, olhando a lua, e em um ato arrisco, parece que rosna algo para os cachorros que fogem amedrontados. Voltando-se para Lara, fecha a porta e volta a falar.

    - Veja bem, estamos na Lua Crescente, e é por isso que você escuta esses murmúrios no vento, que de vez em quando até via algo nas sombras, não é mesmo? Pois bem, posso lhe ajudar com tudo isso, mas primeiro, você terá que me acompanhar, aceita?

    Movida pelo medo, mas acima de tudo, a curiosidade, Lara concorda e a mulher a puxa pela mão, saindo da pequena casa, começam a caminhar por entre os becos, os passos apressados e urgentes, iam ao encontro da saída da cidade. O silêncio entre as duas reinava, e Lara começava a ficar apenas com medo, e não curiosidade.

    Depois de horas caminhando, as pernas de Lara começavam a latejar, estava cansada, amedrontada, mas Olivia para abruptamente, ergue um dos dedos e vira para a mata fechada, se embrenhando em meio as árvores fechadas. Lara sabia que era um local perigoso,vários relatos no jornal de ataques de lobo, corpos que sumiam e apareciam apenas algumas pedaços. Ao longe, pode-se ouvir um uivo muito alto e ameaçador. A mulher a frente pára, estrala alguns dedos, e um uivo em resposta pode ser ouvido, o uivo vinha de trás de Lara, além do uivo, ela sente uma mordida em sua perna.

    Presas afiadas, o calor invade seu corpo, a dor, era como um combustível para uma fúria avassaladora que invadia o seu corpo. Naquela noite, mais do que nunca, começou a ouvir todas as vozes da sua infância, adolescência e início de vida adulta. O seu coração dispara, parecia um tambor de guerra, que com um ritmo compassado, alimentava ainda mais a fornalha de sua fúria.

    Olivia, de braços cruzados e um sorriso malicioso nos lábios, observava a cena com satisfação. Atrás dela, inúmeros lobos, alguns a rodeavam, outros farejavam de longe e outros rosnavam. Estranhamente, ela sentia-se em casa, finalmente.

    Mas a fúria toma o seu corpo, este por sua vez, começa a ganhar outras formas, o estalar de ossos, o crescimento de focinho, garras e pêlos. Estava apavorada, mas ao mesmo tempo não conseguia pensar em muitas coisas. As vozes aumentavam a cada mudar de forma, até que uma cortina rubra cobre seus olhos, e a única coisa que consegue fazer é bater, destruir, esmagar, uivar.

    Os batimentos já estavam normais, sua respiração, branda. Ao abrir os olhos, um homem de olhos naturalmente vermelhos segurava a sua nuca e controlava a sua respiração. Atrás dele, estava a mulher que a trouxe até a floresta e mais alguns homens. Ela percebe que estava nua, suas roupas, rasgadas, estavam espalhadas pelo chão.

    O homem, imponente, ergue a cabeça e fala para um dos seus.

    - Mais uma filhote, assim como Coração Uivante previu.

    Ele a olha no fundo dos olhos, e a responde.

    - Sou Kenneth, Dança-com-os-Lobos, alfa responsável pela proteção dessa floresta. Você acabou de passar pela sua primeira transformação, Olivia a observava a dias, e sabia que o lobo despertaria em breve. Se acalme que vamos explicar tudo o que precisa.

    Ele ajuda ela a se levantar, os outros, mudam para sua forma urhan, lobos de diferentes tamanhos.

    -Não temos roupas para você agora, e aqui é perigoso lhe fazer as devidas explicações. Vire loba e nos siga.

    Lara não sabia como fazer isso, estava apavorada, não sabia quem era, o que teria que fazer, se era tudo um sonho. Mas as palavras de Kenneth entram em sua mente e em seu corpo, que automaticamente a mudança vem. Um novo mundo a ser explorado. Sua visão fica mais míope, porém seu olfato, audição eram extremamente perfeitos. Perdida em seu transe de sensações, um dos lobos se aproxima, rosnando para a filhote. Ela os segue mata adentro.

    ***Vestindo o Lobo***

    As chamas tremeluziam na noite fria, ao fundo, um uivo longo e melancólico. Do canto dos olhos, Lara deixa uma lágrima escorrer pela sua face. De cabeça baixa e olhos fixos nas chamas, ouvia o lamento de despedida, o rito do adeus era sempre amargurado, embora exautassem as honras em vida de um companheiro perdido.

    Mais um ataque, de muitos, dos puros naquela reserva. Desta vez esse ataque não deixou apenas marcas na pele, mas na alma de cada intergrante da alcateia. Kenneth, o imponente alfa, em sua forma urhan, um imenso lobo negro, rondava as chamas, embora não demonstrasse, Olhos-da-Sombra, como agora era chamada, conhecia bem o seu líder, e ele estava com o coração despedaçado.

    Ao término do ritual, todos vão para seus lugares, quartos, ou mesmo dormir por entre as árvores. Menos Olhos-da-Sombra e Dança-com-Lobos. Ainda na forma de um imenso lobo, ele a rodeia, fareja e solta um rosnado baixo, parando a sua frente, voltando a forma humana.

    - Porque ainda esta aqui, Olhos-da-Sombra?

    Com os dedos agitados, como se estivessem dançando ao ritmo de uma música frenética, a ithaeur o observa por alguns instantes, analisando o homem a sua frente.

    - Não sei.

    Responde de forma fria e sem empolgação. Ela seca os olhos, molhados de lágrimas e volta seu olhar para as chamas, uma vez mais.

    - Todos duvidam de minha sanidade, até eu duvido em algumas ocasiões. A diferença é que agora eu sei o que eles querem, mas eu não consigo fazer sozinha. E a cada dia, perdemos mais irmãos, somos poucos agora, e assumo que entrar na Hisil sem Coração Uivante ao meu lado, não será uma tarefa fácil, mas eu tenho esse fardo em meus ombros, e sou a ultima ithaeur de nossa alcateia...

    Imparcial e imponente, ele cruza os braços e a olha por alguns segundos. Por um breve momento, ele deixa seus sentimentos desnudados, como se quisesse proteger a sombra descarnada, mas não podia fazer nada para isso.

    - Você é capaz, eu tenho certeza. Eu iria com você, mas não posso me ausentar no momento, tenho que cuidar de nosso território, os puros provavelmente vão investir em outro ataque, sabem que estamos desfalcados, e você deve realizar esse acordo, Olhos-da-Sombra.

    Ele se move lentamente, segurança a cabeça da mulher com as duas mãos e dando um beijo em sua testa.

    - Vá, e não perca a fé em suas habilidades, Coração Uivante acreditava em você, e eu também acredito. Boa sorte.

    Junto com as palavras dissipadas, Kenneth vai embora por entre as sombras, deixando a ithaeur sozinha. Ela respira fundo, faz uma prece silenciosa e começa a rodear a fogueira, era como um transe, uma dança hipnótica, e em poucos segundos, ela atravessa o dromo, estava na hisil.

    Não se sabe quantas horas, dias ou semanas se passaram, isso Olhos-da-Sombra jamais vai saber, mas ao retornar a sua alcateia, ela estava esgotada, e quando faz a travessia novamente, cai abruptamente no chão, perdendo os sentidos. Ao despertar, percebe o alfa segurando o seu pescoço, ela abre um sorriso e murmura.

    - Quantas vezes isso vai ocorrer, Dança-com-os-Lobos?

    Uma pausa em sua fala, o sorriso aumenta e suas forças estavam esvaindo-se.

    - O locus foi restabelecido. Esta feito.

    Vencida pela exaustão, Lara desmaia.

      Data/hora atual: Qui 21 Nov 2024 - 22:54